A cotação do dólar na Argentina voltou a subir nesta terça-feira (28) após a forte queda de segunda na abertura dos mercados, vista como um gesto de confiança pela vitória do partido do presidente Javier Milei nas eleições legislativas de domingo.
No encerramento da jornada, a divisa era cotada em 1.495 pesos por dólar e recuperou boa parte das perdas de segunda, quando havia caído para 1.370 pesos pela manhã.
A vitória do partido A Liberdade Avança com mais de 40% dos votos surpreendeu até mesmo o governo e foi recebida com euforia pelos mercados no dia seguinte.
O peso chegou a subir 10,5%, as empresas argentinas cotadas na Bolsa de Nova York registraram avanços de até 50% e as ações líderes da Bolsa de Buenos Aires registraram uma apreciação média de 21%.
Passado o entusiasmo inicial pelo triunfo governista, a cotação do dólar se moderou nesta terça e se aproximou do valor anterior às eleições de domingo.
Nesta terça, as bolsas também moderaram o seu furor, mas voltaram a registrar aumentos consideráveis: em Wall Street, as ações de empresas argentinas fecharam em alta de até 6,7%. Em Buenos Aires, subiram 5,6%.
As semanas que antecederam as eleições estiveram marcadas por uma corrida cambial desatada pela incerteza política após a derrota do partido de Milei em eleições legislativas locais em 7 de setembro.
Essa instabilidade financeira levou o Tesouro dos Estados Unidos a intervir no mercado local comprando pesos em diversas ocasiões, como parte de um acordo com o presidente americano Donald Trump, aliado de Milei.
Economistas veem necessária a desvalorização do peso argentino, por considerarem que ele está artificialmente apreciado. O governo, por outro lado, descarta essa medida e garante que o sistema atual será mantido, no qual o peso flutua dentro de uma faixa estabelecida pelo governo.
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