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Dois morteiros explodem perto da embaixada norte-americana em Bagdá

Forças Armadas iraquianas informaram que explosões neste sábado não causaram mortes. Mais cedo, milhares foram às ruas em funeral de líder iraniano morto em ataque dos EUA.

Redação Jornal de Brasília

04/01/2020 21h12

bagdá

Duas bombas de morteiro caíram hoje (4) na zona verde de Bagdad, onde está localizada a embaixada dos Estados Unidos, que foi cercada e atacada na terça-feira (31) por milhares de simpatizantes do regime do Irã, disseram as autoridades iraquianas.

Até agora, não foi identificada a origem do ataque e não há indicações dos danos provocados pelas explosões, que teriam ocorrido numa área onde estão estacionadas as forças militares norte-americanas.

A embaixada norte-americana em Bagdad aguarda a chegada de centenas de soldados que foram destacados para proteger a sua chancelaria no Iraque, no momento em que cresce o sentimento antiamericano após o ataque aéreo dos Estados Unidos da América (EUA) que vitimou o comandante da força de elite iraniana Al-Quds, Qassem Soleimani.

O general Qassem Soleimani morreu na sexta-feira (3) num ataque aéreo contra o aeroporto internacional de Bagdad, que o Pentágono declarou ter sido ordenado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No mesmo ataque morreu também Abu Mehdi, número dois da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, conhecida como Mobilização Popular (Hachd al-Chaabi), além de mais seis pessoas.

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Oriente Médio .

A morte de Soleimani já suscitou várias reações, tendo quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) — Rússia, França, Reino Unido e China – alertado para o inevitável aumento das tensões na região, pedindo às partes envolvidas que reduzam a tensão. O quinto membro permanente do Conselho de Segurança da ONU são os Estados Unidos.

No Irã, o sentimento é de vingança, com o presidente e os Guardas da Revolução garantirem que o país e “outras nações livres da região” vão vingar-se dos Estados Unidos.

O líder supremo do Irã, o aiatollá Ali Khamenei, prometeu vingar a morte do general e declarou três dias de luto nacional, enquanto o chefe da diplomacia considerou estar em causa “um ato de terrorismo internacional”.

Do lado iraquiano, o primeiro-ministro demissionário, Adel Abdel Mahdi, advertiu que este assassinato vai “desencadear uma guerra devastadora no Iraque” e o grande aiatolá Ali al-Sistani, figura principal da política iraquiana, considerou o assassinato do general iraniano Qassem Soleimani “um ataque injustificado” e “uma violação flagrante da soberania iraquiana”.

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