Os membros do Comitê de Serviços Financeiros da Casa de Representantes dos EUA (Câmara Baixa) demonstraram hoje a ira pública devido às gratificações recebidas por executivos da AIG diante do diretor-executivo da seguradora, advice Edward Liddy, que admitiu que são “de mau gosto”.
Liddy entrou na AIG depois da intervenção do Governo americano sobre a seguradora em setembro do ano passado para evitar o colapso da empresa, na qual o Estado comprou 80% das ações.
Os legisladores não hesitaram em fazer críticas. A democrata Carolyn Maloney disse que as bonificações são algo “reprovável”, especialmente por estarem destinadas aos executivos que “derrubaram” a empresa, por apostarem nos mercados de derivados de crédito.
Maloney propôs impor uma tributação de 100% sobre essas gratificações, para que retornem aos cofres públicos.
Durante a audiência, Liddy afirmou que, “devido a certas obrigações legais, a AIG teve que fazer uma série de pagamentos de remuneração recentemente”, alguns dos quais considerou de “mau gosto”.
No final de semana passado, vieram à tona os pagamentos de US$ 165 milhões em bônus por parte da seguradora, na qual o Governo investiu mais de US$ 170 bilhões para evitar a quebra.
Em carta de opinião publicada hoje no jornal “The Washington Post”, Liddy disse que a indignação da opinião pública dos EUA é “compreensível” e reconheceu que “erros foram cometidos na AIG, e em uma escala que poucos imaginaram ser possível”.
“Esses erros tiveram um alto custo não só para a companhia e seus empregados, mas também para o contribuinte americano, as finanças do Governo federal e a economia global”, afirmou Liddy.
Na sexta-feira passada, mais de 70 executivos da AIG receberam gratificações entre US$ 1 milhão e US$ 6,4 milhões cada.