Em sua primeira entrevista após deixar a Casa Branca, à rede de televisão “CNN”, Cheney elogiou as medidas contra o terrorismo de Bush.
Segundo ele, o endurecimento da política de detenção e interrogatórios aprovado pelo Governo de George W. Bush foi “absolutamente essencial” para prevenir outro atentado como o que derrubou as torres gêmeas com dois aviões, matando cerca de 3 mil pessoas, em 11 de setembro de 2001.
“Acho que é uma grande história de sucesso. Foi feita legalmente, de acordo com nossas práticas e princípios constitucionais”, afirmou Cheney.
Obama revisou essas medidas, declarando que as asfixias simuladas às quais a CIA submeteu a alguns presos foram atos de tortura.
“O presidente Obama fez campanha pelo país contra todo isso e agora está tomando decisões que, na minha opinião, elevarão o risco de outro atentado”, atacou o “falcão” (político da ala mais linha dura do partido Republicano).
Cheney disse que Bush tomou a decisão “crucial” após o 11-9 e que os Estados Unidos “estão em guerra” e que “não se trata de um problema policial”, simplesmente.
Nesse sentido, afirmou que o fechamento de Guantánamo, que o democrata Obama pretende conseguir em um ano, mostra que o novo Governo está perdendo “o conceito de ameaça militar”.
Na entrevista, Cheney também reconheceu desacordos com Bush, especialmente a respeito do Irã e da Coreia do Norte, pois não concordou com a decisão do então presidente de tentar combatê-los pela via diplomática.
Sobre o Irã, ele afirmou estar convencido que o Governo de Teerã pretende obter armas nucleares, pois já conseguiu o enriquecimento baixo de urânio, “o passo mais difícil” para fabricar uma bomba atômica.
Quanto à invasão do Iraque, apesar de os Estados Unidos não encontrarem armas de destruição em massa e a guerra ter sido mais sangrenta do que o previsto, Cheney disse ela “foi, absolutamente, a ação correta”, porque “criamos um país governado democraticamente no coração do Oriente Médio”.