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Convenção internacional adota proteção para tubarões-galha-branca-oceânicos

Órgão internacional reforça salvaguardas para espécie de tubarão à beira da extinção, enquanto proposta de incluir 17 tipos de enguias recebe forte oposição liderada pelo Japão e é derrubada por ampla maioria

Redação Jornal de Brasília

27/11/2025 13h43

Foto: Chaideer Mahyuddin / AFP

Foto: Chaideer Mahyuddin / AFP

O organismo internacional que regula o comércio de espécies ameaçadas aprovou, nesta quinta-feira (27), a proibição da venda internacional do tubarão-galha-branca-oceânico, mas rejeitou ampliar a proteção para mais espécies de enguias.

A decisão de reforçar a proteção dessa espécie de tubarão foi comemorada por grupos ambientalistas, que alertam que está à beira da extinção.

“Era nossa última esperança”, declarou Barbara Slee, diretora principal de programas do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal. “Essa inclusão pode salvá-los da extinção”, acrescentou.

A população dessa espécie diminuiu drasticamente devido ao comércio de barbatanas de tubarão.

Trata-se apenas de uma das dezenas de espécies de tubarão propostas para receber maior proteção na reunião dos signatários da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (CITES).

O acordo, em vigor há 50 anos, protege as espécies de fauna e flora mais ameaçadas do mundo e regula o comércio de mais de 40.000 espécies.

Os membros reunidos na cidade de Samarcanda, no Uzbequistão, rejeitaram, no entanto, dar novas proteções às enguias, uma medida à qual o Japão, um dos principais consumidores desse peixe, se opõe veementemente.

Segundo os cientistas, as populações de enguias estão diminuindo em todo o mundo, devido principalmente a fatores relacionados à atividade humana, como poluição da água, destruição de áreas úmidas, barragens hidrelétricas e pesca.

As enguias europeias estão em perigo crítico, e seu comércio está restrito pela CITES desde 2009.

A União Europeia e o Panamá solicitaram incluir as 17 espécies de enguias listadas no Apêndice II da CITES e impor novas restrições ao seu comércio.

No entanto, o Japão rejeitou a proposta por considerá-la “excessiva” e recebeu apoio de vários países, especialmente africanos, que alertaram que isso criaria uma carga administrativa desnecessária para suas autoridades.

A pressão em torno dessa questão fez com que os países votassem com cédula secreta, algo pouco comum nessas reuniões. Quase 75% dos votos foram contra.

AFP

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