O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu nesta quarta-feira (29) para a Arábia Saudita mediar para que os Estados Unidos parem os ataques a supostas “narcolanchas” que têm deixado dezenas de mortos no Caribe e no Pacífico.
O presidente de esquerda lidera o repúdio a essas ações das forças americanas, que já causaram 57 mortes até o momento, ao considerá-las “execuções extrajudiciais” contra jovens pobres, que não atingem os grandes chefes do narcotráfico.
Em uma reunião em Riade com o príncipe herdeiro e dirigente de fato saudita, Mohammed bin Salman, Petro solicitou à Arábia Saudita “mediar o conflito que está se desencadeando” para “deter essa chacina”.
A intenção é “buscar o diálogo” para que este seja “o melhor caminho” e não o “dos mísseis”, disse em um vídeo compartilhado pela presidência colombiana na rede X.
Petro visita a Arábia Saudita, aliada de Washington no Oriente Médio, no contexto de um fórum de investimentos para atrair capital, com a presença de chefes de Estado e outros líderes, como Donald Trump Jr., filho do presidente dos Estados Unidos.
O presidente Donald Trump e Petro mantêm uma guerra de palavras nas redes sociais.
Trump chama Petro de “líder do narcotráfico” diante dos altos níveis de produção de cocaína na Colômbia e suspendeu a ajuda econômica a um país tradicionalmente próximo aos Estados Unidos.
O presidente colombiano questiona se o envio de forças militares no Caribe tem como único objetivo deter o narcotráfico ou se Washington planeja uma “invasão” à Venezuela para ficar com seu petróleo.
Em meio a essas afirmações, Washington impôs sanções financeiras a Petro, sua esposa, seu filho mais velho e ao ministro do Interior colombiano, enquanto o país supera recordes de produção de cocaína.
O líder de esquerda respondeu que não dará “nenhum passo atrás” e mantém o embate com Trump.
Após a Arábia Saudita, Petro viajará ao Catar e ao Egito para estreitar laços comerciais.
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