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Colômbia fabrica primeiro fuzil para substituir armas de Israel

O presidente de esquerda Gustavo Petro encerrou, em 2024, a compra de armas provenientes de Israel em protesto contra a ofensiva na Faixa de Gaza ordenada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Redação Jornal de Brasília

29/09/2025 22h10

colombia military indumil rifle

Colombia unveiled its first combat rifle with a view to replacing the weapons it uses to fight guerrillas and drug traffickers after breaking ties with Israel, one of its main suppliers and military allies. (Photo by Raul ARBOLEDA / AFP) Conteúdo relacionado

Mais leve, mais econômico e “autônomo”: a Colômbia apresentou seu primeiro fuzil de combate, com a intenção de substituir o armamento com o qual enfrenta guerrilheiros e narcos depois de romper com Israel, um de seus principais fornecedores e aliados militares.

O presidente de esquerda Gustavo Petro encerrou, em 2024, a compra de armas provenientes de Israel em protesto contra a ofensiva na Faixa de Gaza ordenada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Em linha com essa decisão, a estatal Indústria Militar (Indumil) mostrou a primeira arma de combate fabricada no país, destinada a substituir progressivamente os Galil, um fuzil com componentes israelenses montado na Colômbia desde os anos 1990.

Segundo números recolhidos pela imprensa local, o país produzia cerca de 30 mil dessas armas por ano. Com o Galil, as forças militares lutaram durante três décadas contra guerrilhas e grupos ligados ao tráfico de cocaína e à extração ilegal de ouro.

A AFP visitou nesta segunda-feira a fábrica da Indumil em Soacha, nos arredores de Bogotá. Ali são produzidas as novas armas, em aço e polímero, 15% mais leves e 25% mais econômicas que os Galil.

O gerente da empresa, o coronel reformado Javier Camargo, afirmou que a meta é fabricar 400 mil fuzis em cinco anos “para ir substituindo paulatinamente nas forças o armamento atual” e assim dotar a Colômbia de “autonomia”.

Petro suspendeu recentemente compras de armas aos Estados Unidos depois que o presidente Donald Trump retirou a Colômbia da lista de aliados na luta antidrogas.

O presidente defende que o país deve produzir seu próprio armamento para contar com um efetivo verdadeiramente de “soberania nacional”.

Especialistas, porém, afirmam que a Colômbia ainda não dispõe da capacidade produtiva necessária e que os custos representarão um forte impacto fiscal.

Ao longo do prolongado conflito interno, a Colômbia empregou armamentos de diversas procedências. Antes dos Galil, as forças usavam fuzis G3 de fabricação alemã; a extinta guerrilha das Farc recorreu ao mercado paralelo para obter as AK-47 soviéticas.

© Agence France-Presse

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