SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que os EUA e a China estão prontos para chegar a um acordo comercial e diminuir o conflito entre os dois países.
“Tenho muito respeito pelo presidente Xi e acho que chegaremos a um acordo”, disse Trump em entrevista concedida no avião presidencial Força Aérea Um, a caminho do Japão.
Trump e o líder chinês, Xi Jinping, devem se encontrar na Coreia do Sul nesta quinta-feira (30). “A (reunião com a) China está chegando e será muito interessante”, avaliou.
O negociador comercial internacional e vice-ministro do Comércio chinês, Li Chenggang, afirmou que os negociações dos dois países alcançaram um “consenso preliminar” para solucionar as divergências comerciais.
As duas partes se reuniram durante dois dias em Kuala Lumpur, durante a visita de Trump a Malásia, que teve também um encontro do republicano com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, para debater a tarifa de 50% imposta a parte dos produtos brasileiros.
Durante sua viagem ao Japão, Trump mostrou-se otimista antes do encontro de quinta-feira com Xi. “Teremos uma conversa muito boa”, disse.
O governo dos Estados Unidos deseja que a China retire as restrições à exportação de terras raras, minerais cruciais para diversos setores, da indústria digital até a defesa.
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, sugeriu um possível acordo para que a China adie as restrições e retome a compra de soja americana.
Trump acrescentou que talvez assine um acordo final sobre o aplicativo de vídeos curtos TikTok na quinta-feira.
Os mercados asiáticos reagiram nesta segunda-feira com entusiasmo à notícia do entendimento entre as duas maiores economias do mundo, com as Bolsas de Xangai, Tóquio e Seul em alta.
AGENDA DIPLOMÁTICA
A agitação diplomática na Malásia também incluiu a assinatura de um acordo de cessar-fogo entre Camboja e Tailândia, países vizinhos e integrantes da Asean que mantêm uma antiga disputa fronteiriça.
O acordo foi copatrocinado por Trump, que chamou o pacto de “passo monumental”. O republicano também revelou o desejo de uma reunião com o líder norte-coreano Kim Jong Un, no que seria o primeiro encontro entre ambos desde 2019.
“Gostaria muito de encontrá-lo”, disse o norte-americano. Kim já afirmou que aceitaria se reunir com Trump desde que Washington abandone a exigência para que a Coreia do Norte desista de seu arsenal nuclear.
Lula também aproveitou para oferecer sua ajuda ao presidente americano em uma negociação com a Venezuela, em um momento de tensão com a presença de navios militares americanos no Caribe e o bombardeio de embarcações que Washington classifica como “narcotraficantes”.
“Se precisar que o Brasil ajude, estamos à disposição para negociar porque queremos manter a América do Sul como zona de paz (…). Não queremos conflitos de outra região em nosso continente”, declarou Lula a Trump.