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Mundo

Censura e morte em Gaza: ataque a jornalistas deixa palestinos ainda mais vulneráveis, explica CICV

Mortes de jornalistas em Gaza revelam colapso da liberdade de imprensa em meio à guerra

Redação Jornal de Brasília

08/10/2025 16h14

gaza

Foto: AFP

Redação Jornal de Brasília/Agência UniCeub
Anna Carolina de Oliveira

As mortes de pelo menos 250 jornalistas e as ameaças constantes ao trabalho da imprensa nos ataques à Gaza elevaram ainda mais a vulnerabilidade dos palestinos, conforme explica uma porta-voz do do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Fabíola Góis, que é relações públicas da entidade.

“Em tempos de conflito, o acesso à informação é crucial. Elas podem fornecer informações essenciais sobre serviços disponíveis ou ajudar as pessoas a se reunirem com suas famílias ou ou entes queridos em lugares seguros e afastados do conflito”, afirmou.

A restrição imposta por Israel à entrada de jornalistas estrangeiros e o impedimento de acesso a fontes independentes fazem com que os profissionais palestinos sejam os principais, e os únicos, responsáveis por documentar os tristes acontecimentos no seu território.

Essa exclusão eleva o risco do indivíduo e a vulnerabilidade da categoria, que vem sendo perseguida pelos militares israelenses. 

Crise

Em um cenário de conflito armado, o acesso à informação precisa é vital. Contudo, quando há um bloqueio de fontes e narrativas independentes, o risco de distorção ou manipulação aumenta exponencialmente, com consequências diretas para a população civil.

Principalmente quando o Estado também não colabora com a verdade. Como no conflito apresentado, onde há uma desproporcionalidade na incursão territorial, onde jornalistas precisam usar proteção especial e um colete escrito ‘‘Press’’. 

A informação prejudicial (que engloba desinformação, misinformation e discurso de ódio) é vista pelo CICV como uma arma de guerra que “alimenta a violência, o ódio e o conflito cada vez mais, e enfraquece o direito internacional humanitário”.

Desafios

Em um contexto onde a cobertura externa é limitada, a atuação de organizações humanitárias como o CICV ganha centralidade. A organização, pautada nos princípios de neutralidade, independência e imparcialidade, atua como um raro canal de comunicação em um ambiente altamente polarizado.

“[…] hoje num contexto em que a gente tem em Gaza, em que várias organizações internacionais já deixaram a região e não são neutras, o CICV é a única que consegue conversar tanto com o governo de Israel… e consegue conversar também com os grupos armados no caso o Hamas”, explica a representante.

Essa neutralidade é o que permite à organização “fomentar a confiança para obter acesso e aceitação” do seu mandato humanitário.

Imprensa no caos

Diante do risco iminente de morte e da intensa pressão por informação, a ética jornalística torna-se um pilar fundamental. O CICV reforça a responsabilidade crítica dos profissionais, especialmente em áreas onde a vida está em jogo.

“[…] o nosso papel é de revelar a verdade, nós somos os olhos da sociedade os jornalistas eles repassam o que a gente tá vendo está acontecendo na sociedade de uma maneira real,” afirma a assessora.

O dilema entre ser o primeiro a noticiar e garantir a segurança e a veracidade da informação é constante.

“Divulgar por divulgar para ser o primeiro também não é responsável por parte do órgão de imprensa.”

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