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Candidatos presidenciais cancelaram publicação das atas de votação na Venezuela

“Os registos são fundamentais para a transparência, fundamentais para a paz”, afirmou o candidato e ex-membro da CNE Enrique Márquez, ao exigir a publicação detalhada dos resultados

Redação Jornal de Brasília

02/08/2024 18h03

Foto: AFP

Vários candidatos que concorreram nas eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela exigiram nesta sexta-feira (2), perante a corte máxima do país, a publicação das atas de votação, em meio às denúncias de fraude da oposição e aos protestos que resultaram na morte de pelo menos 11 civis.

Convocados para uma audiência no Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) devido a um recurso legal apresentado pelo presidente Nicolás Maduro, declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), os candidatos clamaram por transparência.

“Os registos são fundamentais para a transparência, fundamentais para a paz”, afirmou o candidato e ex-membro da CNE Enrique Márquez, ao exigir a publicação detalhada dos resultados.

Elvis Amoroso, presidente do órgão eleitoral e correto ao governo, apresentou nesta sexta um segundo e último boletim que deu a Maduro 6,4 milhões de votos (52%), contra 5,3 milhões para o opositor Edmundo González Urrutia (43%) , representante da líder opositora Maria Corina Machado, que foi impedida de concorrer.

González Urrutia, que tinha uma cadeira reservada à direita de Maduro, não se comparava. O presidente venezuelano afirmou na quarta-feira que Machado e Edmundo deveriam “estar atrás das notas”.

O líder chavista os acusa de promover atos violentos nas manifestações, ao não considerar os resultados anunciados pela CNE e convocarem protestos nas ruas.

A oposição rejeita que seja competência do TSJ certificar os resultados eleitorais.

“Se houver denúncias graves no processo, as instituições devem resolver imediatamente”, disse o candidato Antonio Ecarri.

Outro candidato, o comediante Benjamín Rausseo, atualmente tem um “manto” de “opacidade” que tem provocado “confrontos e violência” no país.

“O CNE tem demorado muito, é responsabilidade deles mostrar as atas, as auditorias, as apurações”, sentenciou.

O pastor evangélico Javier Bertucci, também candidato à presidência, instou o tribunal máximo do país a convocar a CNE para mostrar “todas as atas e todas as cédulas de votação”.

“Pela paz do país, por pleno direito de todos os que participaram e votaram”, insistiu Bertucci.

O CNE não publicou resultados detalhados e alegações de que um ataque cibernético atrasou o processo.

© Agence France-Presse

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