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Britânica que tentava salvar cachorro é primeira vítima conhecida de tsunami em Tonga

Uma britânica de 50 anos que vivia em Tonga e estava desaparecida teve o corpo encontrado nesta segunda-feira (17)

FolhaPress

17/01/2022 19h27

Foto: Reprodução

Em meio ao apagão de informações oficiais em Tonga sobre os impactos da erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, ocorrida no fim de semana -que levou à queda das linhas de internet e telefone no país-, veio do Reino Unido a confirmação do que seria a primeira morte causada pelo tsunami no arquipélago do oceano Pacífico.

Uma britânica de 50 anos que vivia em Tonga e estava desaparecida teve o corpo encontrado nesta segunda-feira (17), segundo informações dadas pelo seu irmão em Hove, no sul da Inglaterra. Nick Eleini disse à agência Reuters que a hipótese mais provável é que Angela Glover tenha sido levada pelas ondas enquanto tentava salvar seus cachorros -ela trabalhava com o resgate de animais abandonados.

Neste domingo (16), a imprensa peruana já havia confirmado a morte de duas pessoas afogadas na região de Lambayeque, no norte do país, após o registro de ondas excepcionalmente altas. O movimento anormal na costa se deveu à erupção no Pacífico.

Segundo Eleini, Angela havia deixado Londres, onde trabalhava como publicitária, e se mudado para Tonga em 2015, quando se casou com James Glover. Ele tinha um estúdio de tatuagem e ela era fundadora de uma organização de bem-estar animal. “Ela amava pessoas e amava animais, desde pequena -quanto mais feio o cachorro, mais ela gostava dele”, disse o irmão, segundo a rede BBC. “Ela estava vivendo seu sonho, sempre quis morar em um lugar como Tonga.”

A imprensa britânica noticiou que Angela teria sido levada pelo tsunami quando tentava ajudar os cães de que cuidava. O marido conseguiu se segurar em uma árvore e se salvar -não está claro o que aconteceu com os animais.

Foi James que encontrou o corpo da mulher, segundo a família.

Ainda não há registro de outras vítimas em Tonga.

O vulcão submarino entrou em erupção na tarde de sábado (15), pelo horário local (madrugada em Brasília), e provocou tsunamis em Tonga, no Japão e na Samoa Americana. Segundo autoridades das ilhas Fiji, a erupção de oito minutos foi ouvida “como um trovão distante” a mais de 800 km de distância.

Medidores registraram ondas de 83 centímetros de altura em Nukualofa, capital tonganesa, e de aproximadamente 60 centímetros em Pago Pago, na Samoa Americana, segundo o Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico.

Segundo a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, o principal cabo de comunicação submarino com o arquipélago foi impactado devido à falta de energia, que está sendo restaurada em partes das ilhas.

A interrupção das linhas telefônicas e da conexão dificulta a avaliação dos danos, mas o governo neozelandês conseguiu contatar sua embaixada na capital tonganesa. “O tsunami teve um impacto significativo na costa norte de Nukualofa, com barcos e grandes pedras levados para a praia”, disse Ardern neste domingo.

Outro impacto em Tonga após a erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, localizado a 65 km ao norte de Nukualofa, são as nuvens espessas de poeira vulcânica que cobrem partes do país. A precipitação das cinzas pode contaminar a água potável e causar problemas respiratórios.

A Austrália enviou uma aeronave de vigilância ao país para avaliar os danos à infraestrutura, como estradas, portos e linhas de energia, e definir a estratégia de resposta.

A BBC noticiou que jornalistas esperam que leve duas semanas para a comunicação ser inteiramente retomada em Tonga. Segundo a Cruz Vermelha, ao menos 80 mil pessoas podem ter sido afetadas pelo tsunami. “Pelas informações que reunimos, porém, o evento não foi tão catastrófico quanto pensávamos nos centros mais populosos”, disse Katie Greenwood, coordenadora da organização em Fiji.

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