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Brasil faz acordo com Venezuela e assume embaixadas da Argentina e Peru em Caracas

As embaixadas estão abrigando seis asilados venezuelanos que residem sob a proteção do governo argentino de Javier Milei após a ditadura

Redação Jornal de Brasília

05/08/2024 18h28

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Manifestantes participam de um protesto contra a questionada vitória do presidente venezuelano Nicolás Maduro nas eleições presidenciais venezuelanas durante uma vigília em Cali, Colômbia, em 31 de julho de 2024. A pressão internacional aumentou na quarta-feira sobre o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para divulgar os registros de votação para apoiar sua eleição contestada reivindicação de vitória que enviou milhares de pessoas às ruas em protesto, deixando 16 mortos. (Foto de JOAQUIN SARMIENTO / AFP)

MARIANA BRASIL
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O Brasil assumiu oficialmente a custódia das embaixadas da Argentina e do Peru em Caracas nesta segunda-feira (5), por meio de nota conjunta entre Brasil e Venezuela.

As embaixadas estão abrigando seis asilados venezuelanos que residem sob a proteção do governo argentino de Javier Milei após a ditadura de Nicolás Maduro expulsar essas equipes diplomáticas de sua capital. Agora, eles estarão sob a proteção do governo brasileiro.

“O Governo da República Bolivariana da Venezuela e o Governo da República Federativa do Brasil informam que chegaram a acordo para que a custódia dos locais das Missões Diplomáticas da República

Argentina e da República do Peru, incluindo seus bens e arquivos, bem como a representação de seus interesses e de seus nacionais em território venezuelano, sejam representadas, a partir de 5 de agosto de 2024, pela Embaixada da República Federativa do Brasil em Caracas”, diz trecho da nota.

A decisão já havia sido anunciada, e rendeu o agradecimento do presidente da Argentina por meio de publicação no X (antigo Twitter), sem citar Lula.

“Agradeço imensamente a disposição do Brasil em assumir a custódia da embaixada argentina na Venezuela. Os laços de amizade que unem a Argentina ao Brasil são muito fortes e históricos”, dizia na publicação.

A movimentação política chamou atenção devido ao momento tenso entre a gestão de Milei e de Lula, além de estar inserido em um contexto em que o presidente brasileiro tenta não criar desgastes com Maduro.

Enquanto outros países da América Latina questionaram os resultados das eleições na Venezuela, o presidente Lula entendeu que não houve “nada de anormal” no processo eleitoral do país vizinho, acusado de falta de transparência e fraude.

A ditadura de Maduro expulsou diplomatas de ao menos outros cinco países que contestaram o anúncio de sua reeleição. São eles: Chile, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e Uruguai.

Os seis asilados da Venezuela na embaixada argentina fazem parte da campanha de Edmundo González, candidato da principal coalizão opositora à Presidência, e de María Corina Machado, hoje a maior líder opositora na Venezuela.

A reeleição de Maduro foi anunciada pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) da Venezuela, mas está sendo contestada por diversos países, que pedem as atas das mesas de votação – não divulgadas até o momento.

No domingo (4), a União Europeia afirmou que vitória nas eleições presidenciais do país “não pode ser reconhecida”.

Na véspera, sete países da UE (Alemanha, Espanha, França, Itália, Holanda, Polônia e Portugal) emitiram comunicado conjunto em que instaram as autoridades venezuelanas a “publicarem rapidamente todos os registros” da eleição presidencial, a fim de “garantir total transparência” no processo.

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