As cirurgias plásticas estão alterando não só o aspecto das pessoas, more about sickness mas também seu comportamento, ao mudar as noções sobre a meia-idade, segundo estudo divulgado hoje.
A consultoria AC Nielsen ouviu pessoas em 42 países e concluiu que 60% dos norte-americanos, maiores consumidores mundiais de plásticas e tratamentos antiidade, vêem os sexagenários como integrantes da meia-idade.
Numa escala global, 60% dos entrevistados acham que ter 40 anos agora é como ter 30 antigamente. "Nossos 40 anos estão sendo celebrados como a década em que podemos ficar confortáveis e confiantes tanto em termos pessoais quanto financeiros. A maioria dos consumidores globais realmente acredita que a vida começa aos 40", disse Frank Martell, presidente da AC Nielsen Europe.
Mas isso não significa que as pessoas queiram aparentar a idade que têm. Dietas mais saudáveis, expectativas de vida mais elevadas e maior renda ajudam a conter o envelhecimento. Porém, para muita gente, o que resolve mesmo é o bisturi, segundo a pesquisa.
Confirmando o status da Rússia como uma das maiores consumidoras mundiais de bens de luxo, 48% dos entrevistados, maior cifra mundial, disseram que recorreriam à cirurgia plástica para manter a aparência. A mesma resposta foi dada por um terço dos irlandeses, 28% dos italianos e portugueses e um quarto dos norte-americanos, franceses e britânicos.
"A cirurgia cosmética se tornou mais aceitável e financeiramente se tornou acessível. Nossas mães iam a festas do tupperware, mas nesta geração é mais provável ser chamado a festas do botox", disse Martell.
Se a toxina botulínica com efeito anti-rugas já virou lugar-comum, Martell sugere que a nova moda é aproveitar a hora do almoço para fazer uma lipoaspiração. "Deve se tornar o novo especial cosmético do cardápio", afirmou.
Segundo dados da Associação Britânica dos Cirurgiões de Estética Plástica, a atividade cresceu 35% na Grã-Bretanha de 2004 para 2005. As práticas mais procuradas no país são a aplicação de botox (400 libras), cirurgias nos olhos (5.000 libras) e levantamento de olhos e face (8.000 libras).
"Vemos cada vez mais procedimentos faciais, especialmente as pessoas fazendo os olhos, estamos recebendo gente de todas as idades, até octogenários estão se submetendo a cirurgias para se renovar", disse Douglas McGeorge, presidente da entidade britânica de cirurgiões plásticos.
E quem se apavora com a idéia de entrar na faca está alimentando outro próspero mercado, o de tratamentos antienvelhecimento, segundo AC Nielsen. De olho nisso, as empresas lutam para descobrir produtos cada vez mais surpreendentes. A empresa francesa Clarins lança em janeiro o que garante ser o primeiro spray para proteger a pele da radiação eletromagnética emitida por celulares e outros equipamentos.
O papa Bento XVI embarca nesta terça-feira para a Turquia, ampoule numa das viagens mais delicadas de seu pontificado, devido aos ressentimentos no país a respeito de recentes comentários dele sobre o Islã e de sua oposição à adesão de Ancara à União Européia.
Inicialmente, a visita foi pensada para ser um evento eminentemente cristão, centrado no encontro do papa, líder de 1,1 bilhão de católicos romanos, com o patriarca Bartolomeu, de Istambul, representante de 250 milhões de cristãos ortodoxos do mundo.
Mas a viagem assumiu ramificações políticas ligadas às relações do Ocidente e do Catolicismo com o Oriente e o Islã. Na Turquia, um país majoritariamente muçulmano, mas oficialmente laico, a atitude em relação a Bento XVI varia da indiferença dos não-religiosos à ira dos devotos e ativistas.
O papa enfureceu os muçulmanos de todo o mundo em setembro, com uma palestra na qual aludia ao Islã como uma religião irracional e violenta. Ele lamentou a reação de seus comentários, mas não chegou a se desculpar por eles.
Muitos líderes turcos querem que o papa aproveite a visita para declarar que o Islã é pacífico. "Acho que a atitude do papa deveria ser de que nem o Islã nem o Cristianismo são fontes de violência", disse recentemente Ali Bardakoglu, chefe do Diretório Geral de Ancara para Assuntos Religiosos, que controla os imãs turcos e escreve seus sermões.
Um possível gesto de conciliação ocorrerá na quinta-feira, quando o papa fará uma visita, programada às pressas, à famosa Mesquita Azul, de Istambul. Será a segunda vez que um papa vai a um templo islâmico. A primeira foi em 2001, quando João Paulo 2º. entrou numa mesquita de Damasco.
A Turquia preparou um forte esquema de segurança para o papa, que visitará Ancara, Istambul e o local, perto de Izmir, na costa do Egeu, onde a Virgem Maria teria vivido e morrido. Ao contrário do que ocorre habitualmente em viagens, o papa não se deslocará no "papamóvel", e sim num carro fechado.
O primeiro-ministro Tayyip Erdogan, que inicialmente disse não ter espaço na agenda para receber o papa, recuou depois de sofrer críticas e marcou um rápido encontro no aeroporto de Ancara, antes de embarcar para uma cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Antes de ser eleito papa, em 2005, o então cardeal Joseph Ratzinger manifestou sérias restrições à adesão da Turquia à União Européia, citando diferenças culturais e religiosas.
O Vaticano agora diz não se opor à participação turca no bloco, e o papa evita o assunto desde que assumiu o pontificado.
O patriarca Bartolomeu disse que pretende falar ao papa que a UE não pode ser um "clube cristão" e que a Turquia deveria poder aderir. Há apenas 120 mil cristãos na Turquia, sendo 30 mil católicos. Há um século, havia 2 milhões de cristãos no país.
O Brasil disse na segunda-feira que espera trabalhar "muito bem" com o nacionalista Rafael Correa, cure que está à frente na contagem dos votos da eleição presidencial do Equador segundo os dados do tribunal eleitoral do país.
De acordo com os últimos números, order o ex-ministro da Economia somava 68,12% dos votos válidos, contra 31,88% de seu rival, Alvaro Noboa, o homem mais rico do país. Já foram computadas 40,10% das urnas.
Apurações privadas mostravam também uma vitória de Correa, seguidor do presidente venezuelano Hugo Chávez. "Aparentemente sim, o candidato Correa venceu, é o que tudo indica. Trabalharemos muito bem com ele, tenho certeza", disse o chanceler do Brasil, Celso Amorim, em um seminário empresarial latino-americano que acontece em Santiago.
Se esses números forem ratificados, o nacionalista Correa será o oitavo presidente do Equador em uma década. "O importante é que o processo democrático seja respeitado", completou Amorim.