O presidente do Comitê Cívico de Puerto Suárez, José Santander, anunciou que, a partir desta segunda, os cidadãos não permitirão a saída de voos do aeroporto de Puerto Suárez e de trens, e bloquearão o comércio nos pontos alfandegários da estrada em direção ao Brasil e à capital do departamento, Santa Cruz.
Os cidadãos pedem ao Governo de Evo Morales que comece a executar o projeto siderúrgico de Mutún, explorado pela mineradora indiana Jindal Steel.
O projeto está instalado perto da fronteira com o Mato Grosso do Sul, na colina de El Mutún, que, segundo o Governo, possui reservas de ferro e de outros minerais em um total de 40 bilhões de toneladas.
A Jindal prometeu investir US$ 2,1 bilhões no desenvolvimento dessa mina, mas, durante vários meses, enfrentou problemas com as terras, o que impediu a empresa de trabalhar.
Os líderes cívicos de Puerto Suárez denunciaram também que, para a realização do projeto, o Governo desapropriou mais de cinco mil hectares de 17 fazendas, pelas quais, até agora, não indenizou os donos, que deram ao Executivo um prazo de dez dias para quitar a dívida.
Em resposta, o ministro de Mineração, Luis Alberto Echazú, disse que deseja explicar aos dirigentes cívicos as causas do atraso, que atribuiu a problemas com uma das empresas desapropriadas, porque “é um pagamento em conjunto”. EFE