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Mundo

Bolívia critica negociações <i>fracassadas</i> da cúpula de Copenhague

Arquivo Geral

09/12/2009 0h00

A chefe da delegação da Bolívia na cúpula da ONU sobre a mudança climática (COP15), Angélica Navarro, qualificou hoje o processo de negociações de “fracassado, opaco, seletivo, ilegítimo e antidemocrático”.

Em referência ao texto para acordo proposto pela Presidência dinamarquesa, que vazou ontem e que provocou fortes críticas dos países em desenvolvimento, Angélica se perguntou “quem decidiu quantos países podem participar” e “para que vêm então os chefes de Estado e de Governo na próxima semana”.

“Querem matar o Protocolo de Kioto e criar novas obrigações para os países em desenvolvimento. Não apenas sofreremos as consequências, também teremos que pagar por algo que não fizemos”, afirmou, em entrevista coletiva, a representante da Bolívia, que faz parte do G77, grupo que reúne 130 países em desenvolvimento.

A partir da postura dos países ricos, a dirigente boliviana falou que é necessário começar um novo processo “transparente e ambicioso” que não se concentre só na redução de emissões, mas tente solucionar o problema da mudança climática, “cuja origem é o sistema capitalista”.

“Se não fizermos isso, acabaremos matando a nós mesmos. Queremos reverter a ditadura do dinheiro e das finanças”, disse Angélica, em entrevista coletiva na qual também esteve presente o embaixador da Bolívia na ONU, Pablo Solón Romero Orozca, e dois representantes de organizações indígenas.

Orozca explicou a proposta sobre mudança climática do Governo boliviano, que insiste na necessidade de reconhecer os direitos da “mãe Terra” e pede limitar o aumento das temperaturas a entre 1 e 1,5 graus acima dos níveis do início do século XX, e não a 2 graus, para que assim se salve toda a humanidade.

Os países ricos deverão pagar sua “dívida climática” em emissões e em adaptação, e oferecer um “financiamento real”, já que os US$ 10 bilhões anuais até 2012, propostos pela ONU, são um “insulto” e uma “vergonha”, disse.

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