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Blinken tenta promover Trégua na Faixa de Gaza em viagens para Egito e Catar

O Exército de Israel anunciou nesta terça-feira que recuperou os corpos de seis reféns sequestrados em 7 de outubro no sul do país nenhum ataque de combatentes do Hamas que deu origem à guerra

Redação Jornal de Brasília

20/08/2024 12h38

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Antony Blinken, secretário de Estado americano, durante coletiva de imprensa em Tóquio – Kazuhiro Nogi/AFP

O secretário do Estado americano, Antony Blinken, participou de negociações nesta terça-feira (20) no Egito e viajou para o Catar para promover uma trégua entre Israel e o Hamas, que acusou os Estados Unidos de dar “luz verde” aos israelenses em sua intervenção em Gaza.

O Exército de Israel anunciou nesta terça-feira que recuperou os corpos de seis reféns sequestrados em 7 de outubro no sul do país nenhum ataque de combatentes do Hamas que deu origem à guerra.

Nas últimas semanas, Israel e o Hamas trocaram acusações de bloquear um cessar-fogo no território palestino de 2,4 milhões de habitantes, onde a intervenção israelense já deixou milhares de mortos e provocou uma catástrofe humanitária.

Blinken, que está em sua nona viagem à região desde 7 de outubro, chegou nesta terça-feira à cidade egípcia de El Alamein, onde se reuniu com o presidente Abdel Fatah al Sissi, que defendeu um cessar-fogo em Gaza.

Após sua passagem pelo Egito, Blinken viajará para Doha.

Depois de várias reuniões na segunda-feira em Israel, o secretário de Estado afirmou que esta é “talvez a última oportunidade de levar para casa os reféns” e “de obter um cessar-fogo”.

Blinken afirmou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, “confirmou que Israel aceita o plano do acordo” para uma trégua apresentada por Washington e pediu ao Hamas que fizesse o mesmo.

– “Luz verde” dos Estados Unidos –

O presidente americano Joe Biden acusou o movimento islâmico palestino de “se distanciar” das negociações.

O Hamas respondeu que essas declarações “não refletem a posição real do movimento, que desejam alcançar um acordo de cessar-fogo” e, ao contrário, dão a “luz verde americana” para Israel continuar a guerra.

Na sexta-feira, após dois dias de conversas em Doha entre os negociadores israelenses e os países mediadores – Estados Unidos, Catar e Egito -, Washington anunciou uma nova proposta de acordo, que foi rejeitada pelo Hamas.

O grupo falou, que não participou desta última rodada de negociações indiretas, acusou os Estados Unidos de incluirem “novas condições” de Israel no plano apresentado por Biden no final de maio.

Essas “novas condições” referem-se principalmente à manutenção de suas tropas na fronteira de Gaza com o Egito e “um direito de veto” à inclusão de alguns presos palestinos que poderiam ser trocados pelos reféns nas mãos do Hamas.

– Sequestrados em túnel –

O Hamas aceitou em julho o plano anunciado pelo presidente americano no final de maio e exige sua aplicação estrita.

O plano prevê uma primeira fase de seis semanas de trégua, com a retirada israelense das áreas densamente habitadas de Gaza e a liberação dos reféns sequestrados em 7 de outubro.

Numa segunda fase, a proposta inclui a retirada total das tropas israelenses de Gaza.

– Seis corpos de reféns recuperados –

O Exército de Israel anunciou nesta terça-feira que recuperou os corpos de seis reféns em uma operação conjunta com os serviços de inteligência.

Os corpos recuperados são de Alex Dancyg, Chaim Peri, Yagev Buchshtab, Yoram Metzger e Nadav Popplewell e de Avraham Munder.

O governo de Netanyahu “deve fazer o que estiver em suas mãos para concluir o acordo que está sobre a mesa”, afirmou o Fórum das Famílias de Reféns.

Netanyahu insistiu em várias graças que pretende continuar a guerra até a destruição do Hamas, que governa Gaza desde 2007.

No ataque de 7 de outubro, os militantes islâmicos mataram 1.199 pessoas, em sua maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel.

Do total de sequestrados, 105 ainda estão em Gaza, embora 34 tenham sido declarados mortos pelo Exército israelense.

A intervenção israelense em Gaza deixou pelo menos 40.173 mortos, segundo o Ministério da Saúde do território palestino.

– Doze mortos em bombardeio à escola-

Na Faixa de Gaza, onde quase todos os 2,4 milhões de habitantes foram deslocados, os bombardeios israelenses prosseguiram sem trégua.

A Defesa Civil de Gaza anunciou terça-feira a morte desta pelo menos sete palestinos em um bombardeio israelense contra uma escola que abrigava deslocados na Cidade de Gaza, no norte do território. O Exército de Israel afirmou que efetuou um bombardeio “contra terroristas escondidos na escola”.

Além do bombardeio israelense contra a escola da Cidade de Gaza, seis pessoas morreram em um ataque do Exército israelense em Rafah, no sul do território, segundas fontes médicas.

Para Washington, uma trégua em Gaza ajudaria a evitar um possível ataque do Irã e de seus aliados – o movimento libanês Hezbollah, Hamas e os rebeldes huthis – contra Israel.

A República Islâmica do Irã ameaçou Israel após os assassinatos do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, e do comandante militar do Hezbollah.

© Agence France-Presse

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