Uma funcionária de alto escalão do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, apoiou, nesta terça-feira (14), dois novos cortes nas taxas de juros para o resto do ano, ao enfatizar que o mercado de trabalho está enfraquecendo na maior economia do mundo.
“Continuo vendo mais dois cortes antes do final do ano”, disse a vice-presidente de Supervisão do Fed, Michelle Bowman, durante um evento em Washington.
Esta proposta implicaria que o Fed cortasse as taxas durante as últimas duas reuniões de política monetária deste ano, em outubro e dezembro.
Bowman, por enquanto, projeta que as duas possíveis reduções seriam de 25 pontos percentuais.
Em 17 de setembro, o Fed reduziu pela primeira vez em 2025 as taxas de juros em 25 pontos-base, para entre 4% e 4,25%, em um momento em que o mercado de trabalho mostra sinais de deterioração.
O banco central tem um mandato duplo do Congresso para atuar de forma independente no combate à inflação e ao desemprego, principalmente mediante ao aumento, redução ou manutenção de sua taxa de juros de referência.
Apesar dos insistentes apelos de Donald Trump para diminuir as taxas, os altos escalões do Fed inicialmente retardaram a medida este ano enquanto avaliavam o impacto das tarifas impostas pelo presidente americano.
Bowman indicou nesta terça-feira que, apesar dos Estados Unidos não terem divulgado suas estatísticas oficiais devido à paralisação orçamentária, já há sinais de que a deterioração no mercado de trabalho continua.
“O que eu poderia dizer é que continuamos vendo uma perda de empregos na economia”, acrescentou.
“Também observamos uma diminuição do gasto dos consumidores”.
Embora a taxa de desemprego continue historicamente baixa, está aumentando lentamente.
“É difícil conseguir trabalho para os universitários graduados e as pessoas que procuram emprego estão realmente lutando”, opinou.
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