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Ativistas denunciam agravamento das condições dos ‘presos políticos’ na Venezuela

Mais de 2.400 pessoas foram presas em meio aos protestos que eclodiram após as eleições de 28 de julho, nas quais a oposição denunciou fraudes e reivindicou a vitória

Redação Jornal de Brasília

30/12/2024 14h00

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Manifestantes participam de um protesto contra a questionada vitória do presidente venezuelano Nicolás Maduro nas eleições presidenciais venezuelanas durante uma vigília em Cali, Colômbia, em 31 de julho de 2024. A pressão internacional aumentou na quarta-feira sobre o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para divulgar os registros de votação para apoiar sua eleição contestada reivindicação de vitória que enviou milhares de pessoas às ruas em protesto, deixando 16 mortos. (Foto de JOAQUIN SARMIENTO / AFP)

Celas desumanas, comida estragada, recusa de contato com advogados e familiares, tortura: ativistas dos direitos humanos apresentaram, nesta segunda-feira (30), um relatório sobre as condições dos “presos políticos” na Venezuela, “agravadas” após a questionada reeleição do presidente Nicolás Maduro.

Mais de 2.400 pessoas foram presas em meio aos protestos que eclodiram após as eleições de 28 de julho, nas quais a oposição denunciou fraudes e reivindicou a vitória.

O relatório do Comitê de Familiares e Amigos pela Liberdade dos Presos Políticos (CLIPPVE) foi intitulado “Prisões injustas, celas desumanas” e “examina as condições carcerárias dos presos políticos na Venezuela, agravadas após o contexto pós-eleitoral de 2024”.

“Em apenas 16 dias foram registradas em média 150 prisões diárias, superando consideravelmente a repressão estatal dos tempos de mobilização de 2014, 2017 e 2019, e até mesmo dos dias de protesto realizados recentemente na Nicarágua”, segundo o texto publicado no site da renomada ONG de direitos humanos Provea.

O documento destacou as mortes sob custódia de três pessoas presas durante manifestações pós-eleitorais, “um trágico lembrete” das “condições extremas” e das “violações dos direitos humanos enfrentadas pelos presos políticos”.

O Ministério Público, que afirma ter sempre respeitado o “devido processo”, iniciou um processo de revisão do caso em meados de novembro, o que levou à libertação de mais de 900 detidos, incluindo todos os menores de idade.

“Ao fato de estarem detidos arbitrariamente e presos injustamente, há que acrescentar o sofrimento exponencial que sofrem devido às duras e desumanas condições de encarceramento a que estão submetidos”, indica o documento elaborado a partir de entrevistas e pesquisas com ex-reclusos.

O relatório destaca que os detidos sofrem “tortura física e psicológica” e são submetidos a “isolamento prolongado e à negação de contato com familiares ou advogados”.

Apontou ainda “condições sanitárias precárias para a preparação das refeições. A comida em diversas ocasiões contém insetos, está decomposta ou não está suficientemente cozida. As refeições são minúsculas e insuficientes, o que se traduz na perda de peso e em doenças estomacais”.

As famílias, portanto, são obrigadas a levar comida aos presos, muitos deles detidos em outras cidades.

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© Agence France-Presse

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