SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
As campanhas de Donald Trump e Kamala Harris chegam ao dia da votação, em ambientes bem distintos.
Nos últimos comícios, o republicano seguiu a estratégia de atacar o partido adversário, dizendo que o país está à beira da ruína. Durante os discursos, Trump parecia abatido, mesmo em arenas que estavam lotadas.
Enquanto isso, a democrata, mais sorridente, prometeu um futuro de união nacional. Seus apoiadores cantavam o lema “não vamos voltar atrás” nas agendas de campanha. “Os Estados Unidos estão prontos para um novo começo, onde vemos nossos compatriotas não como inimigos, mas como vizinhos”, disse ela, nesta segunda-feira (4), aos eleitores, num campus universitário em Allentown, cidade no decisivo estado da Pensilvânia.
Antes de Allentown, Kamala fez um esforço, porta a porta, em Scranton, também na Pensilvânia. Em paralelo, o vice de sua chapa, o governador de Minnesota, Tim Walz, fez campanha em Wisconsin e em Michigan. Houve ainda uma mobilização nas redes sociais. Os comícios nos estados decisivos foram transmitidos ao vivo, com a presença de celebridades, como Beyoncé e Lady Gaga.
Em Pittsburgh, onde Katy Perry se apresentou, Kamala falou diante de um cenário deslumbrante: as imponentes Carrie Blast Furnaces, símbolo da antiga glória industrial da cidade que é também um marco histórico nacional. “Amanhã é o dia da eleição, e o impulso está do nosso lado”, ela disse a uma multidão de milhares em um rápido discurso de 10 minutos antes de partir para a Filadélfia.
Chegando ao fim de uma maratona extenuante de campanha que começou em 2022, Trump parecia visivelmente cansado, lutando contra a fadiga diante de multidões apáticas, embora estivesse mais animado e disposto em Michigan. “Vocês sabem que vamos fazer quatro desses [comícios] hoje, quatro”, disse ele, em discurso em Reading, Pensilvânia.
Nesta segunda-feira (4), o último dia de campanha do republicano começou em em Raleigh, capital da Carolina do Norte, que ele venceu em 2020, mas onde a última pesquisa do Times/Siena mostrou Kamala com ligeira vantagem. “Este será nosso último momento”, afirmou. “Acho que temos isso sob controle.”
A campanha de Trump agendou comícios em cidades e locais que ele visitou apenas no mês passado, onde os apoiadores já tiveram a chance de vê-lo. E ele percorreu a Carolina do Norte e a Pensilvânia com particular intensidade nas últimas semanas.
Durante seus comícios, Trump repetiu queixas conhecidas, criticando a mídia e rotulando os democratas como “malvados” e “doentes”. Em Michigan, ele quase chamou Nancy Pelosi, ex-presidente da Câmara, de um epíteto vulgar e sexista. “Começa com um b, mas não vou dizer”, ele disse.
Embora ainda sofra os efeitos do desastrado evento em Nova York, quando um comediante chamou Porto Rico de uma “ilha flutuante de lixo”, Trump manteve ataques aos imigrantes, chamando-os de criminosos.
Apesar dos tons diferentes, as pesquisas sugerem que a corrida continua apertada, com as últimas pesquisas do New York Times/Siena College mostrando os candidatos empatados ou com pequenas vantagens em todos os sete estados decisivos.