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Astrônomos detectam explosão de estrela ocorrida há 13 bilhões de anos

Observação feita pelo telescópio SVOM permite estudar erupção de raios gama de uma supernova ocorrida quando o universo tinha apenas 700 milhões de anos

Redação Jornal de Brasília

09/12/2025 13h51

Foto: AFP

Satélite franco-chinês SVOM foi lançado para estudar explosões de raios gama no universo – Foto: AFP

A explosão de uma estrela maciça há cerca de 13 bilhões de anos gerou um poderoso clarão detectado no início deste ano, anunciou nesta terça-feira (9) um grupo de astrônomos, uma forma de obter informações sobre a história do universo.

O fenômeno foi observado em 14 de março pelo telescópio espacial franco-chinês SVOM, lançado no ano passado com o objetivo de rastrear explosões de raios gama, as mais poderosas do cosmos.

“É extremamente raro, já que é a quinta mais distante erupção de raios gama já detectada” e a mais precisa em “medições já realizadas”, comemorou Bertrand Cordier, responsável científico do projeto SVOM na Comissão de Energia Atômica e Energias Alternativas da França (CEA, na sigla em francês).

O clarão eclodiu “em um momento em que o universo era muito jovem”, apenas 700 milhões de anos.

“Os fótons que chegaram aos nossos instrumentos viajaram durante 13 bilhões de anos”, detalha o astrofísico, que participou de dois estudos sobre esse fenômeno publicados nesta terça-feira pela Astronomy & Astrophysics.

É a época “da primeira geração de estrelas”, formadas após o Big Bang a partir de uma “matéria primitiva composta essencialmente de hélio e principalmente de hidrogênio”. Essas estrelas produziram os primeiros elementos pesados (ferro, carbono, oxigênio…) e desempenharam um papel fundamental na evolução do universo.

As erupções de raios gama geralmente ocorrem após a explosão de supernovas (estrelas pelo menos 20 vezes mais maciças que o Sol) ou a fusão de estrelas de nêutrons. “São os eventos mais energéticos do universo”, explica Cordier.

Estudar esses fenômenos permite avançar em temas de “física fundamental” e tentar compreender como ocorre tal liberação de energia.

Nestas explosões, “a matéria acelera a velocidades próximas à da luz”, acrescenta.

“Realmente é necessário um clarão dessa intensidade para poder medir” as condições físicas do universo em idades muito remotas. “É o único meio de fazê-lo de forma direta”, insiste o pesquisador.

AFP

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