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Após anulação de condenação, ex-presidente colombiano Uribe anuncia que se candidatará ao Senado

Na semana passada, um tribunal revogou em segunda instância a sentença imposta em agosto

Redação Jornal de Brasília

31/10/2025 20h56

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O ex-presidente colombiano (2002-2010) Álvaro Uribe gesticula enquanto fala durante uma coletiva de imprensa após testemunhar sobre um massacre ocorrido em 1997 na Procuradoria-Geral da República em Bogotá, em 27 de novembro de 2023. O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe saberá seu destino em 28 de julho de 2025, em um caso de manipulação de testemunhas que o tornou o primeiro ex-chefe de Estado do país sul-americano a entrar no banco dos réus. O caso remonta a 2012, quando Uribe, então senador, acusou seu colega Ivan Cepeda de tramar um plano para vinculá-lo falsamente a grupos paramilitares de direita envolvidos nos inúmeros e duradouros conflitos armados da Colômbia. (Foto de Juan BARRETO / AFP)

O influente ex-presidente colombiano Álvaro Uribe anunciou nesta sexta-feira (31) que disputará uma vaga no Senado nas eleições de 2026, depois que a Justiça anulou uma condenação de 12 anos de prisão domiciliar contra ele por suborno e fraude processual.

Na semana passada, um tribunal revogou em segunda instância a sentença imposta em agosto, por supostamente manipular paramilitares para que negassem ter vínculos com o ex-presidente de direita, popular por sua política de combate às guerrilhas durante o período em que governou, entre 2002 e 2010.

Os advogados de Uribe, de 73 anos, que respondia ao processo em liberdade, haviam apresentado um recurso de apelação sob o argumento de que as escutas usadas como prova foram obtidas ilegalmente, entre outros pontos.

O ex-presidente, de 73 anos, afirmou que “as circunstâncias judiciais” atuais lhe “permitem” concorrer ao Senado nas eleições de 2026, nas quais a direita enfrentará a esquerda do presidente Gustavo Petro.

Uribe ocupará o 25º lugar em uma lista fechada do partido Centro Democrático, uma estratégia para impulsionar outros candidatos graças à sua popularidade.

“É um risco” estar tão abaixo na lista, “mas ajudamos a empurrar” mais senadores, declarou à imprensa.

Se for eleito, será a quarta vez que Uribe ocupará uma cadeira no Congresso. Em 2020, durante seu último mandato como senador, ele foi detido no âmbito das investigações da Suprema Corte pelo mesmo caso de suborno e fraude processual.

Como estratégia, Uribe renunciou ao cargo, e o processo passou da Suprema Corte à Procuradoria, em um longo trâmite que resultou recentemente na anulação da condenação.

O senador de esquerda Iván Cepeda, que denunciou a suposta relação de Uribe com grupos paramilitares, anunciou que apresentará um último recurso de cassação à Suprema Corte e, se necessário, recorrerá a tribunais internacionais.

Em 2026, a direita busca recuperar o poder após quatro anos de forte oposição a Petro, o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia.

No domingo, o partido do presidente escolheu Cepeda como seu candidato à presidência, que disputará com outras forças progressistas antes do primeiro turno, marcado para 31 de maio.

A direita ainda não definiu seu candidato. O processo interno de seleção foi abalado após o atentado a tiros contra o senador Miguel Uribe — sem parentesco com Álvaro Uribe —, ocorrido em junho durante um comício. Ele morreu dois meses depois, no hospital, em decorrência dos ferimentos.

© Agence France-Presse

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