Milhares de apoiadores do presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, protestaram neste sábado contra os planos da União Africana de enviar 5 mil soldados para tentar conter a turbulência política no país. Os distúrbios começaram em abril, quando o presidente disse que disputaria um terceiro mandato. Ele venceu a eleição em julho – que foi boicotada pela oposição – e a partir de então os episódios de violência aumentaram.
A manifestação em Bujumbura, a capital do Burundi, foi liderada pelo vice-presidente, Gaston Sindimwo, que insiste em dizer que o Exército do país é capaz de lidar com a atual turbulência. Também foram realizados protestos na província de Ngonzi, terra natal de Nkurunziza.
Este mês, 87 pessoas morreram quando três instalações militares foram atacadas por rebeldes, que esta semana afirmaram estar lutando para derrubar o presidente. Desde abril, pelo menos 400 pessoas foram mortas e quase 220 mil fugiram para países vizinhos, segundo informações da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Nós queremos avisar às tropas da União Africana que a maioria dos burundineses não os quer aqui e eles não devem impor sua presença”, afirmou Alice Nakuto, membro da milícia do partido governante, conhecida como Imbonerakure.
A União Africana diz que tem escrito para Nkurunziza, pedindo que ele aceite o envio de tropas de paz para Burundi, em meio aos temores de que o país está caminhando novamente para uma guerra civil. O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, deve liderar uma negociação entre os grupos opositores na próxima semana. Fonte: Associated Press.