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Irmão de Witzel é preso em operação contra o PCC no interior de São Paulo

Ele foi um dos alvos da Operação Rebote, aberta em conjunto pelo Ministério Público de São Paulo e pela Corregedoria da PM contra policiais militares e integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC)

Marcus Eduardo Pereira

22/04/2021 21h37

Foto: Agência Brasil

O sargento da Polícia Militar Douglas Renê Witzel, irmão do governador afastado do Rio, Wilson Witzel (PSC), foi preso na manhã desta quinta-feira, 22, em Jundiaí, no interior de São Paulo.

Ele foi um dos alvos da Operação Rebote, aberta em conjunto pelo Ministério Público de São Paulo e pela Corregedoria da PM contra policiais militares e integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Ao todo, estão sendo cumpridos 20 mandados de prisão e 37 de busca e apreensão em oito municípios paulistas – Itapira, Mogi Mirim, Mogi Guaçu, Estiva Gerbi, Valinhos, Indaiatuba, Jundiaí e Várzea Paulista.

As investigações, conduzidas pelo promotor Rodrigo Lopes, começaram em setembro do ano passado como um desdobramento da Operação Macuco e, desde então, a equipe trabalha para identificar os narcotraficantes que exercem funções de liderança regional e estadual na facção.

Durante o monitoramento do grupo, os investigadores também descobriram o envolvimento de policiais militares, subordinamos a Douglas, no furto de cofres e caixas eletrônicos de um supermercado, executado por membros do PCC. A partir da identificação dos agentes, lotados no 49º Batalhão de Polícia Militar do Interior, em Jundiaí, a Corregedoria da Polícia Militar passou a cooperar no inquérito.

De acordo com o Ministério Público, os narcotraficantes presos pela tentativa de furto foram auxiliados pelos PMs na ação. Os policiais teriam ajudado a monitorar o local, compartilhando a rede de rádio da corporação.

“Basicamente o policial militar deixou seu telefone ligado durante todo o tempo da ação dos criminosos, a fim de que eles pudessem acompanhar a rede de rádio da polícia militar local”, afirma o MP no pedido enviado à Justiça para obter mandados de busca e prisão. “A todo o momento, o policial militar interceptado e os demais criminosos monitoram o lado externo do local do crime, discutindo a respeito dos veículos que transitam nas imediações. Também ruídos indicativos de marretadas e uso de furadeira apontavam que o arrombamento do local que seria furtado ocorria simultaneamente à ligação.”

Douglas Renê foi preso em flagrante em casa depois que, durante as buscas, os agentes encontraram um revólver calibre 38 com a numeração raspada no endereço. Ele será levado ao Presídio Militar Romão Gomes, na capital paulista, segundo a PM. Também foi apreendidos no local um simulacro de pistola, uma munição íntegra calibre 32 e dezenas de cartuchos deflagrados, de calibres 380, 38 e 40. A arma e as munições estavam em um guarda-roupas, mas o sargento disse não saber que o material estava guardado ali. Segundo o boletim de ocorrência, obtido pelo Estadão, o irmão do governador afastado do Rio disse que o material pertencia ao ex-sogro, já falecido.

Nas eleições municipais de 2020, Douglas Renê chegou a se candidatar a vereador na capital paulista. O sobrenome, no entanto, não virou os votos necessários e ele acabou fora da Câmara Municipal de São Paulo.

O Ministério Público deve encerrar a fase de investigação nos próximos 30 dias e, após terminar de ouvir os investigados e periciar o material apreendido, é esperada uma denúncia no caso. Até o momento, os investigadores viram indícios dos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico, homicídio e ocultação de cadáver.

A reportagem tenta contato com o governador afastado, mas não teve retorno até o momento.

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