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Estupro coletivo põe subtenente da PM-DF sob investigação e prende mais 2

A Polícia Civil de Goiás está ouvindo nesta sexta testemunhas do caso, ocorrido no sábado. Três homens foram reconhecidos pela vítima

FolhaPress

15/10/2021 19h38

POLICIA MILITAR PMDF

Foto: Divulgação/PMDF

Nathalia Zôrzo
BRASÍLIA, DF

Um subtenente da Polícia Militar foi preso e está sendo investigado pelo estupro coletivo de uma mulher de 25 anos. Ela denunciou ter sido violentada por seis homens durante uma festa em uma casa de Águas Lindas (GO), cidade do entorno do Distrito Federal. Até o momento, mais de dez pessoas prestaram depoimento e outros dois suspeitos foram detidos.

A Polícia Civil de Goiás está ouvindo nesta sexta-feira (15) testemunhas do caso, ocorrido no sábado (9). Três homens foram reconhecidos pela vítima e estão presos preventivamente. Um deles é o subtenente do Batalhão de Polícia Militar Ambiental do Distrito Federal Irineu Marques Dias.

Irineu é o proprietário da casa que recebeu a festa e onde a vítima diz ter sido estuprada. Os outros três homens indicados por ela em depoimento ainda estão sendo procurados. A vítima relatou que, em determinado momento da festa, duas mulheres ofereceram um quarto para que ela pudesse descansar, já que havia consumido bebidas alcóolicas.

Ela conta que, quando adormeceu, o subtenente entrou no quarto, sacou a arma como forma de ameaça e a estuprou. Ela disse que, depois de cometer o crime, o policial saiu do quarto e outros homens passaram a se revezar para violentá-la. A mulher afirma que gritou por socorro várias vezes, mas ninguém na festa ouviu. A violência teria acontecido entre 4h e 7h da manhã.

A vítima disse ainda que aproveitou um momento de descuido dos agressores e conseguiu escapar e pedir ajuda. A Polícia Militar de Goiás foi ao local e prendeu seis homens. Como apenas três foram reconhecidos, os outros acabaram liberados.

Segundo a Polícia Civil de Goiás, a vítima passou por exame de corpo de delito e um laudo preliminar comprovou os estupros, mas ainda falta o relatório final do Instituto Médico Legal. Na delegacia, o subtenente se manteve em silêncio e os outros dois negaram o crime. Os três passaram por audiência de custódia e tiveram a prisão preventiva decretada.

A delegacia agora tenta identificar os outros suspeitos de participar do estupro, além das mulheres que teriam levado a vítima até o quarto. Procurado pela reportagem, o advogado do subtenente, Marcelo Almeida, negou o crime e disse que o policial sequer esteve no evento. A defesa afirma que o local é uma casa de festas que pertence ao policial e que ele foi ao imóvel na manhã seguinte ao evento para entregar a chave para novos locadores.

Segundo o advogado, mais de dez pessoas que estavam na festa foram ouvidas e nenhuma confirma o suposto estupro. A defesa do PM também afirma que o exame de corpo de delito não comprova os abusos. “Não bastasse isso, foi juntado ao inquérito um vídeo de circuito interno que mostra a jovem às 7h30 transitando livremente na entrada do imóvel onde ocorreu a festa, em total contradição ao que foi informado por ela que teria fugido e pedido ajuda”, conclui Marcelo Almeida. Procurada pela reportagem, a Polícia Militar do Distrito Federal disse que aguarda a conclusão do inquérito para tomar as medidas pertinentes e que o militar já está automaticamente afastado por estar preso.

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