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Economia

Sou defensor do Bolsa Família, mas programa cresceu demais, diz Esteves

Fundador do BTG defende ajuste fiscal de 2% do PIB e critica tamanho atual do Bolsa Família

Redação Jornal de Brasília

10/11/2025 15h47

andré esteves

Foto: PATRICK T. FALLON/Patrick T. Fallon/AFP

JÚLIA MOURA
FOLHAPRESS

André Esteves, fundador e presidente do conselho de administração do BTG Pactual, diz considerar o Bolsa Família um importante programa social, mas que seu atual tamanho é desproporcional em relação à economia brasileira.


“Sou um defensor do Bolsa Família desde a concepção do programa. É importantíssimo, mas cresceu demais, ficou maior que França, Noruega e Suécia, incompatível com a falta de mão de obra [no mercado de trabalho brasileiro]. É necessário fazer ajustes”, afirmou o banqueiro durante evento do Milken Institute, nesta segunda-feira (10).


Esteves disse ser necessário um ajuste fiscal de cerca de 2% do PIB (Produto Interno Bruto) para que os juros fiquem em um dígito no país.


“O Banco Central segue um roteiro, é quase um agente de inteligência artificial. Não tem muito voluntarismo, é uma modelagem”, afirmou Esteves.


“O juro está alto demais. O Brasil não merecia 15%, mas a taxa vai começar a cair em janeiro. Mais importante é quanto vai cair e isso depende da política fiscal do próximo governo. O ideal é que fiscal e monetário estejam mais alinhados. Precisamos de 2% do PIB de ajuste fiscal e não vejo dificuldade em fazer isso, estamos com gastos altíssimos”, complementou.


Em relação à guerra comercial, porém, o banqueiro julga como correta a conduta na negociação com os Estados Unidos para a derrubada da sobretaxa de 50%, mas destaca a atuação das empresas.


“O setor privado precisa seguir vestindo essa carapuça de ter um papel na relevância geopolítica, explicando como podemos ser importantes, provendo alimento e energia”, afirmou Esteves.


Ele diz ver o momento como favorável ao Brasil, dada a disponibilidade de energia verde e barata no país em meio à onda de inteligência artificial.


“Temos que seguir nossa vocação. Não adianta fazermos uma fábrica de chip. Podemos ser provedores relevantes de infraestrutura. Se jogarmos o jogo direito, podemos capturar essa necessidade global.”

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