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Economia

Petrobras não descarta comprar fatia na Braskem, diz Prates a agência

O processo de venda da Braskem sofreu um revés esta semana, com anúncio de que a empresa Adnoc, de Abu Dhabi, retirou sua proposta

Redação Jornal de Brasília

08/05/2024 13h01

Foto: Reprodução/Agência Brasil

NICOLA PAMPLONA
HOUSTON, EUA (FOLHAPRESS
)

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta terça-feira (7), que a estatal pode comprar a fatia da Novonor (ex-Odebrecht) na Braskem caso não apareça um comprador.

Ele frisou, porém, que ainda acredita em outras propostas pela empresa. No caso de necessidade de compra, afirmou, a Petrobras procuraria depois um sócio para dividir o controle da petroquímica.

“Não havendo comprador, podemos até eventualmente fazer a aquisição e sair de novo, fazer um ‘farmout’ [venda] de participação nós mesmos”, disse o executivo, em entrevista à agência EPBR.

O processo de venda da Braskem sofreu um revés esta semana, com anúncio de que a empresa Adnoc, de Abu Dhabi, retirou sua proposta. Foi a terceira empresa a recuar em propostas feitas à Nonovor.

A Petrobras é sócia da Novonor na petroquímica, que tem ativos no Brasil, México, Estados Unidos e Alemanha. Por isso, tem direito de preferência pela compra das ações. Pode também decidir vender sua parcela pelo mesmo preço ofertado à sócia.

Essa segunda opção, porém, é praticamente descartada, já que o plano energético do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prevê reforço nos setores petroquímico e de fertilizantes, com apoio da estatal.

Prates afirmou que a Petrobras já concluiu seu trabalho de avaliação dos ativos da Braskem e agora acompanha as negociações. “Estamos prontos para fazer o nosso movimento”, afirmou à EPBR.

A Petrobras avalia que o comprador da Braskem tem que ter capacidade financeira para sustentar investimentos e experiência no setor petroquímico igual ou superior à da estatal. Nesse caso, entende que pode ficar como sócio da nova empresa.

“Podemos, obviamente, assistir a esse processo, participar dele e não exercer a opção [de compra] ao final, em função do sócio ser adequado e das proporções e acordos serem satisfatórios para nós”,

As declarações foram dadas pouco antes de entrevista em que o presidente da Petrobras afirmou que há outros interessados na Braskem e que acredita que a Novonor ainda receberá uma proposta.

“Ainda tem gente olhando”, afirmou Prates, ressaltando que se trata de um processo confidencial tocado por uma empresa privada. “A gente entende que [o processo] é bem conduzido, tem atraído gigantes de todo o mundo.”

A Braskem continua sendo avaliada por subsidiária da Kuwait Petroleum, mas não há proposta formal sobre a mesa. A Novonor gostaria de manter uma participação minoritária no negócio.

O processo de venda da petroquímica vem sofrendo sobressaltos provocados pela tragédia de Maceió, que gerou um passivo ambiental bilionário para a empresa. A Braskem é alvo ainda de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).

Prates diz que esses sobressaltos não têm impacto nas negociações de compra da fatia da Novonor na petroquímica.

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