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Economia

Para IBGE, não é possível verificar reversão em trajetória de alta nos serviços

Lobo ressalta que a queda de 0,4%, próxima da estabilidade, ocorreu por conta de movimentos pontuais em algumas atividades, além de ter sido um recuo “frente ao patamar recorde da série histórica”

Redação Jornal de Brasília

11/10/2024 12h56

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Foto: Agência Brasil

O recuo de 0,4% no volume de serviços prestados no País em agosto ante julho foi o mais agudo para esse período do ano desde 2017, quando encolheu 0,9%. Porém, o movimento não significa uma reversão da trajetória de crescimento dos serviços, avaliou Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Lobo ressalta que a queda de 0,4%, próxima da estabilidade, ocorreu por conta de movimentos pontuais em algumas atividades, além de ter sido um recuo “frente ao patamar recorde da série histórica”. O setor de serviços operava em agosto em patamar 0,4% abaixo do recorde da alcançado no mês anterior, em julho de 2024.

“É muito precoce e até irresponsável dizer que uma redução de 0,4% significaria uma reversão de trajetória ou que inauguraria uma sequência de taxas negativas. É um movimento de queda, mas muito próximo do ponto máximo da série”, disse Lobo. “O movimento de queda em agosto, no momento, é circunstancial.”

Segundo o pesquisador, esse patamar elevado de serviços prestados é sustentado pelo bom desempenho dos segmentos de tecnologia da informação, intermediação de negócios em geral, aplicativos de entrega, plataformas de compra e venda na internet.

“Tudo isso vem crescendo ao longo de 2024”, contou.

Na passagem de julho para agosto, apenas duas das cinco atividades investigadas registraram perdas: informação e comunicação (-1,0%, devolvendo parte do ganho de 3,7% acumulado nos dois meses anteriores) e transportes (-0,4%, a segunda taxa negativa seguida, acumulando uma perda de 2,0%).

Na direção oposta, houve avanços nos outros serviços (1,4%, assinalando uma expansão de 1,7% nos últimos dois meses de altas) e serviços prestados às famílias (0,8%, com um ganho acumulado de 4,7% entre maio e agosto).

Já o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares ficou estável (0,0%) neste mês.

“O resultado de agosto veio de forma equilibrada: duas taxas positivas, duas negativas, e uma estabilidade”, resumiu Lobo.

Efeito calendário na comparação com agosto de 2023

O volume de serviços prestados no País cresceu 1,7% em agosto de 2024 ante agosto de 2023, a despeito de uma contribuição negativa do efeito calendário. O mês de agosto de 2024 teve 22 dias úteis, um dia útil a menos que agosto de 2023, que contou com 23 dias úteis, lembrou Rodrigo Lobo.

Quatro das cinco atividades pesquisadas registraram crescimento: informação e comunicação (6,9%); profissionais, administrativos e complementares (1,9%); outros serviços (3,0%) e serviços prestados às famílias (7,1%). Na direção oposta, houve perda nos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-2,9%).

O índice de difusão – que mostra o porcentual de serviços com crescimento em relação ao mesmo mês do ano anterior – passou de 59,6% em julho para 59,0% em agosto.

Estadão conteúdo

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