Mesmo se chegarem a um acordo na próxima quinta-feira, malady illness metalúrgicos do ABC e Volkswagen terão apenas adiado a solução de um problema crônico, this na visão do especialista em setor automotivo da consultoria A.T. Kearney, Richard Dubois.
"A Volks tomou uma decisão há cinco anos de fazer um investimento ali… mas mesmo assim não conseguiu ser tão competitiva", disse o consultor em encontro com jornalistas. "Pode ter um acordo que a mantenha competitiva por mais dois anos", estimou Dubois.
A proposta da Volks, que será votada na quinta-feira pelos trabalhadores, prevê um plano de demissão voluntária (PDV) para 1.500 empregados, até novembro, além de alterações na linha de produção de São Bernardo para receber mais dois modelos.
O PDV, no entanto, terá 11 etapas e o objetivo da Volks é cortar 3.600 postos até 2008. Trabalham na unidade 12 mil pessoas, das quais 8 mil na produção.
Para Dubois, a fábrica Anchieta, primeira da Volks no Brasil, instalada nos anos 1950, sofre com uma tendência de migração da produção que acontece em todo o mundo.
Em Detroit, nos Estados Unidos, meca da indústria automobilística mundial, as grandes montadoras também estão procurando novos locais para a produção, por acreditarem que há mais dificuldades em renovar uma fábrica antiga que aumentar a produção em novas unidades.
No Brasil, outros componentes pesam nessa balança. Um deles é a estrutura tributária que, de acordo com Dubois, pune quem concentra a produção em São Paulo. Quando exportam para outros Estados, acumulam créditos de impostos que não conseguem compensar em compras de fornecedores.
Nas contas da Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no país, há cerca de 3 bilhões de reais em créditos acumulados somente com ICMS.
Exportação
Mesmo que resolva essas questões tributárias, a montadora que investir pesado em exportação como uma forma de assegurar a utilização de sua capacidade instalada pode ter dificuldades, na visão da A.T. Kearney.
"Acho que a gente não vai conseguir, mesmo mudando isso, ser uma grande plataforma de exportação", disse.
Isso se deve a dois fatores, segundo Dubois. Um deles é o câmbio valorizado, que torna o país menos competitivo em preço no exterior, outro é a vocação do país para a produção de carros compactos.
Para esses produtos, segundo ele, o custo de transporte para mercados como o europeu fica proporcionalmente muito caro. "Geograficamente, o Brasil não está em um lugar tão bom para exportar um produto de um valor não tão alto."
No acordo proposto aos funcionários, a Volks pretente encerrar a produção do Fox Europa em São Bernardo. Mas, segundo fontes ligadas à montadora, o modelo de exportação continuaria sendo feito no país, em São José dos Pinhais, no Paraná.