THAÍSA OLIVEIRA, MARIANNA HOLANDA E VICTORIA AZEVEDO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), conversou com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e sinalizou que o PDL (projeto de decreto legislativo) que derruba o novo decreto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) pode ser votado pelo plenário do Senado nesta quarta-feira (25), se for aprovado pela Câmara.
Governistas reconhecem que há votos suficientes para derrubar o decreto na Câmara. No último dia 16, o requerimento de urgência do PDL foi aprovado pelos deputados federais por 346 votos a 97, 89 a mais do que os 257 necessários.
Integrantes do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), parlamentares da oposição e até mesmo aliados dos presidentes da Câmara e do Senado afirmam terem sido pegos de surpresa com a decisão de colocar o texto em votação nesta quarta.
A decisão foi comunicada por Motta por meio do X (antigo Twitter) às 23h35: “Boa noite!
Nesta quarta-feira, 25 de junho, a pauta da Câmara dos Deputados incluirá os seguintes temas: PDL do IOF que susta o decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras”, escreveu, acrescentando outros projetos da pauta.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), se reuniu com Motta nesta terça, mas não foi avisado da decisão do presidente da Câmara. Nem mesmo a ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), responsável pela articulação política do governo com o Congresso, foi alertada.
Alcolumbre passou boa parte de terça em reuniões com o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), para tratar do impacto bilionário na conta de luz da população com a decisão do Congresso de retomar trechos de um projeto de lei que tinham sido vetados por Lula.
O líder do MDB, senador Eduardo Braga (AM), escalado para presidir a comissão mista da MP (medida provisória) de reforma do setor elétrico, também foi incluído nas conversas.
A votação dos vetos presidenciais, no último dia 17, escancarou falhas de articulação política e expôs um jogo de empurra entre ministérios e líderes do Congresso sobre a responsabilidade pelo resultado.