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Economia

Lula diz que é necessário saber se ‘precisa efetivamente’ cortar gastos

A pressão para o governo cortar gastos cresceu nas últimas semanas com o aumento da desconfiança dos investidores

Redação Jornal de Brasília

26/06/2024 10h26

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

RENATO MACHADO E MARIANA BRASIL
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocou em dúvidas nesta quarta-feira (26) a necessidade de efetuar um corte de gastos para melhorar o equilíbrio fiscal do governo. O mandatário afirmou que será preciso analisar se a questão pode ser resolvida com aumento da arrecadação.

“O problema não é que tem que cortar. Problema é saber se precisa efetivamente cortar ou se precisa aumentar a arrecadação”, afirmou o presidente.

Lula ainda acrescentou que seu governo está fazendo uma análise sobre se está havendo “gasto exagerado”, mas que isso está sendo feito “sem levar em conta nervosismos do mercado”

A pressão para o governo cortar gastos cresceu nas últimas semanas com o aumento da desconfiança dos investidores com o compromisso do governo Lula de garantir o equilíbrio das contas públicas.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já repetiu que os esforços do governo com relação às contas públicas era o de evitar cortes que impactem os trabalhadores e os mais pobres -um discurso de que Lula também se utiliza.

O risco de mudança das regras do arcabouço fiscal para acomodar o crescimento das despesas obrigatórias entrou no radar após encontro do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no dia 7 de junho, com representantes de instituições financeiras.

A rejeição pelo Congresso da MP (medida provisória) restringindo o uso de créditos do PIS/Cofins para financiar a desoneração da folha de pagamento das empresas de 17 setores e municípios elevou a preocupação. A leitura é de que há um esgotamento da agenda de Haddad de ajuste fiscal pelo lado de aumento de arrecadação.

LULA DIZ QUE NÃO ESTÁ PREOCUPADO AINDA COM A SUCESSÃO NO BANCO CENTRAL

O presidente também voltou a criticar a taxa básica de juros, que está atualmente em 10,5%. Afirmou que ela não é compatível com um cenário de inflação estável.

Lula ainda afirmou que não deveria ser o presidente da República o responsável por criticar a taxa de juros e pediu que o setor produtivo faça “passeatas” para reclamar das decisões do Copom (Comitê de Política Monetária).

“É preciso que os empresários do setor produtivo, a CNI, a Fiesp, ao invés de reclamar do governo, eles deviam fazer passeata contra a taxa de juros porque são eles que estão tendo dificuldades, não é o governo”, afirmou o presidente.

O presidente também foi questionado sobre a sucessão de Roberto Campos Neto no comando do Banco Central, em particular sobre o favoritismo de Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária da instituição. Respondeu que ainda não está preocupado com a questão.

“O Galípolo é um companheiro altamente preparado, conhece muito o sistema financeiro, mas eu ainda não estou pensando na questão do Banco Central”, afirmou.

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