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Economia

Inflação vem caindo, mas segmento de serviços segue com mais inércia, diz diretor do BC

Diogo Guillen afirma que surpresa na inflação de serviços está ligada ao Bônus de Itaipu e projeta PIB de 2025 em 2%, enquanto crédito mostra moderação

Redação Jornal de Brasília

26/09/2025 14h45

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse nesta sexta-feira, 26, que a inflação vem caindo desde o Relatório de Política Monetária (RPM) de junho, mas reforçou que o segmento de serviços segue com mais inércia, em níveis elevados. Ele afirmou que a maior parte da surpresa na inflação de serviços esteve relacionada ao Bônus de Itaipu – que, contudo, segundo o diretor, não é relevante em termos de política monetária. Assim, reforçou que a inflação tende a permanecer acima da meta nos próximos meses.

Guillen também enfatizou que a conta corrente está mais negativa, considerando importações em níveis mais elevados – o maior na série histórica até julho.

As declarações foram feitas durante o seminário virtual “Discussão sobre Política Monetária com o Banco Central do Brasil”, organizado pelo Citi.

Crédito e PIB

O diretor de Política Econômica do Banco Central afirmou que, em relação a fatores que impulsionam o consumo, observa-se que há uma certa moderação no crédito, mas que o mercado de trabalho continua dinâmico.

Em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, Guillen afirmou que a desaceleração no resultado do segundo trimestre de 2025 foi mais concentrada em setores menos cíclicos da economia, enquanto os cíclicos continuam com o mesmo ritmo dos últimos dois trimestres.

Segundo Guillen, sinais mistos têm sugerido que a atividade no terceiro trimestre deste ano continuará moderada. A expectativa para o PIB de 2025 foi revisada de 2,1% para 2,0%, repetiu o diretor.

Já para 2026, a projeção segue em 1,5%, considerando que a demanda do PIB indica uma alta moderada do consumo, acrescentou.

Pass through

O diretor de Política Econômica do Banco Central disse também que a instituição prevê publicar uma pesquisa sobre como a Selic afeta os volumes de crédito. “Estamos fazendo trabalhos para mostrar e

monitorar como as políticas têm um impacto em diferentes tipos de crédito. E vamos publicar, espero”, disse.

Na quinta-feira, a autoridade monetária divulgou nada menos que 12 boxes junto com o Relatório de Política Monetária, dos quais quatro abordavam temas ligados ao mercado de trabalho.

O diretor salientou que a tomada de crédito para emergência não está reagindo tanto à política monetária, mas os financiamentos de mais longo prazo, sim. “A compra de produtos sensíveis de crédito está caindo mais do que a compra de produtos sensíveis de renda”, comparou, pontuando que o mercado de crédito tem mostrado mais moderação do que o mercado laboral. “Todas essas coisas ajudam você a enxergar que há transmissão”, disse.

Ele lembrou que o BC publicou um estudo em 2023 que mostrava o impacto da Selic para os preços finais e que esta tem sido uma referência útil. “Olhamos o que fizemos lá atrás e pensamos que as coisas estão vindo como esperado nos preços”, disse, citando que o colegiado tem enfatizado que os mercados de capital têm sido mais dinâmicos.

Estadão Conteúdo

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