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Economia

Importante enfatizar que o BC vai fazer o que for preciso para atingir a meta, diz Campos Neto

Campos Neto também ponderou que o Brasil tem hoje uma taxa de juros ex-ante alta, mas que ela já foi mais alta do que a de seus pares no passado

Redação Jornal de Brasília

28/08/2024 13h27

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, ressaltou nesta quarta-feira, 28, por várias vezes que o BC vai fazer o que for preciso para colocar a inflação na meta. “É importante enfatizar que o Banco Central vai fazer o que for preciso para atingir a meta”, disse o banqueiro central, reforçando a indicação recente dos diretores da autarquia, de que o BC vai aumentar a Selic se for necessário.

Durante sua participação na conferência anual do Santander, Campos Neto disse que a autarquia está com o “dedo no gatilho” para atuar no mercado de câmbio se for necessário.

Campos Neto também ponderou que o Brasil tem hoje uma taxa de juros ex-ante alta, mas que ela já foi mais alta do que a de seus pares no passado.

Economia brasileira mais forte

Mantendo a linha do discurso dos dirigentes da autarquia de que o Banco Central fará o que for necessário para levar a inflação para o centro da meta no seu horizonte relevante de política monetária, Campos Neto disse nesta quarta-feira ser verdade que a economia brasileira está mais forte num contexto de mão de obra apertada num mercado de trabalho em que a desocupação vem caindo sistematicamente.

“É verdade de que economia brasileira está mais forte, com mão de obra apertada”, reforçou o banqueiro central, ao participar nesta manhã da 25ª Conferência Anual Santander, em São Paulo.

Ainda na discussão sobre o mercado de trabalho apertado, o presidente do BC disse que procuraram entender de onde vem o crescimento no Brasil. O fato, segundo observou Campos Neto, é que o mercado de trabalho ganhou maior flexibilidade com a reforma trabalhista. De forma geral, disse, as reformas tiveram influência em maior crescimento da economia.

Campos Neto também voltou a falar dos impactos que os ruídos exercem na economia e ressaltou a necessidade de sempre ter que atravessar estes ruídos. “Sempre digo que precisamos atravessar ruídos”, enfatizou.

Dívida global

O presidente do Banco Central chamou novamente a atenção para o risco do aumento da dívida global e disse que o tema também foi discutido durante sua participação reunião de banqueiros centrais do mundo organizado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em Jackson Hole, nos Estados Unidos.

“Temos falado da preocupação com o crescimento da dívida global. A dívida global foi também tema em Jackson Hole”, disse Campos Neto.

De acordo com ele, o elevado nível de endividamento pode estar gerando preocupação no mercado sobre a capacidade dos governos e dos bancos centrais para reagir em caso de uma desaceleração mais intensa na economia mundial. “Não é o nosso cenário-base, mas pode acontecer”, afirmou.

Segundo Campos Neto, existe a percepção de que “os instrumentos que os governos e os bancos centrais têm para amenizar essa desaceleração são menores do que no passado. Por quê? Porque os países estão muito endividados, tendo menos espaço fiscal, porque os bancos centrais perderam bastante dinheiro nesses movimentos de compra de títulos, principalmente a parte de títulos privados”, avaliou.

Ele também comentou que a percepção de alta de juros no Japão levou à “desmontagem de carry trade”.

Estadão Conteúdo

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