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Economia

Guedes: Brasil terminará o governo possivelmente sem um aeroporto público

Segundo o ministro da Economia, é possível que o presidente Bolsonaro (PL) entregue o cargo com nenhum aeroporto público funcionando no País

Redação Jornal de Brasília

13/12/2021 6h00

Ao defender que os investimentos passarão a sustentar o crescimento após o esgotamento de uma recuperação até agora cíclica, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse neste domingo, 12, que o governo seguirá avançando no programa de concessões. Segundo ele, é possível que o presidente Jair Bolsonaro (PL) entregue o cargo com nenhum aeroporto público funcionando no País.

“O Brasil terminará o governo possivelmente sem um aeroporto público”, disse Guedes durante entrevista no Canal Livre, da Band. Ele salientou diversas vezes durante o programa que os investimentos devem compensar o impacto sobre a economia das condições financeiras mais restritivas – dado o aumento dos juros -, e desafiou mais uma vez economistas que projetam um ano de retração do PIB em 2022. “Acho que vão errar de novo.”

Além de falar das concessões, Guedes voltou a dizer que, por ele, a Petrobras seria privatizada. Contudo, citou que esse debate também passa pela política. Ao tratar das dificuldades em vender a empresa, ele lembrou que, mesmo tendo feito acordo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para vender oito refinarias, a estatal do petróleo só vendeu duas até agora

Após dizer que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, terá muito trabalho para cumprir o objetivo de domar a inflação – uma responsabilidade que, pontuou, pertence ao BC -, o ministro da Economia disse não ignorar que o aumento dos juros será um vetor contracionista no ano que vem. Ele considera, no entanto, que a elevação da taxa básica, a Selic, é temporária, enquanto os investidores olham ao longo prazo – de dez a 15 anos à frente.

Juros

“Os juros sobem pela inflação, e não por desequilíbrio fiscal, como antes”, comentou o ministro durante entrevista ao programa Canal Livre, da Band. Num esforço para minimizar o impacto da PEC – que, conforme suas contas, eleva o déficit fiscal primário do ano que vem de zero para 0,5% do PIB -, o ministro foi enfático ao dizer que não houve descontrole e populismo fiscal na medida.

Na sequência, justificou que a elevação do teto dos gastos – lembrando novamente que não foi uma ideia sua – tornou-se necessária pela escalada da inflação, elevando gastos indexados do orçamento. “O teto, em termos reais, está sendo respeitado.”

Guedes disse também que não relativiza a preocupação sobre o impacto do aumento dos juros na atividade econômica. “Isso é fato e vai acontecer.” Porém, ele salientou que, de outro lado, o Brasil tem R$ 600 bilhões em investimentos contratados, o que deve ser um motor de crescimento a partir do ano que vem.

Estadão Conteúdo

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