Uma organização sueca que defende os direitos infantis informou nesta segunda-feira (10) que apresentou uma ação judicial contra a Amazon e outras duas plataformas de comércio eletrônico pela venda de bonecas sexuais com aparência de crianças.
A queixa sucede a ação da França de ameaçar suspender a plataforma Shein, fundada na China, por vender bonecas semelhantes em seu site, bem como armas de categoria A.
A organização sueca ChildX declarou à AFP que não deseja identificar as duas páginas menores que processou, para não direcionar tráfego a elas. Uma tem sede na Suécia e a outra na China, detalhou.
A legislação sueca proíbe conteúdos que representem crianças de forma sexualizada, e a ChildX indicou que a venda destas bonecas poderia infringir as leis sobre exploração sexual infantil.
A comercialização desses produtos em plataformas digitais pode normalizar o abuso sexual de menores e aumentar a demanda por conteúdos que exploram crianças, alertou a ONG, que considera que estas vendas deveriam ser ilegais.
“Não queremos que esses sites sejam autorizados na Suécia, pois banalizam o abuso infantil, o que pode levar a um aumento dos abusos reais”, disse à AFP a secretária-geral da ChildX, Ida Östensson.
A responsável instou o governo sueco a revisar a forma como a polícia pode ser encarregada de atualizar e ampliar uma lista proibida de portais de pornografia infantil “para incluir mais tipos de sites que promovem ou permitem o abuso contra crianças”.
Também pediu que se considerasse a adoção de uma legislação que permitisse suspender ou proibir estes sites, já que tal lista sueca é atualmente voluntária para os operadores de telecomunicações.
Östensson também considerou que as leis sobre exploração sexual infantil deveriam incluir a venda de produtos que sexualizam crianças.
AFP