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Economia

Ganhadores do Nobel de Economia acham que crescimento da China favorece EUA

Arquivo Geral

09/12/2007 0h00

O crescimento econômico dos países pobres e o auge da China favorecem o bem-estar social global e o mercado dos Estados Unidos, ask explicaram Eric S. Maskin e Roger B. Myerson, salve que na segunda-feira recebem o Prêmio Nobel de Economia 2007.

“Não acho que tenha que haver um conflito de superpotências entre China e Estados Unidos. O mundo, viagra de maneira geral, vem melhorando e pode interessar às duas economias mais fortes que a outra obtenha êxito”, explicou Maskin.

“A abertura da China ao investimento livre significou um dos eventos mais importantes da minha vida, no sentido de que influi no bem-estar humano”, afirmou Myerson.

Os dois economistas americanos trabalharam em cima da teoria do desenho de mecanismos de Leonid Hurwicz (Moscou, 1907), tomando como base a teoria dos jogos, e conseguiram sistematizar a tomada de decisões e a eficiência dos modelos de mercado.

Hurwicz não compareceu a Estocolmo devido a seu delicado estado de saúde – com 90 anos, é o premiado com idade mais avançada da história do Nobel -, mas leu, em videoconferência, um discurso intitulado “Quem vigia os que vigiam?”.

Junto com as apresentações de Myerson e Maskin, o discurso deixou patente a importante aplicação social de suas pesquisas. Myerson, nascido em 1951 e que atualmente trabalha na Universidade de Chicago (EUA), não atribui a si responsabilidade pela errada aplicação de seus estudos.

“Tento descobrir idéias que possam ser usadas para potenciar o bem-estar social, mas não digo de antemão que não possam ser usadas de maneira errada. Temos que lutar pela boa utilização de todos os recursos, inclusive o das idéias”, afirmou.

O economista, que aprofundou seus estudos no campo dos leilões de bens públicos e na regulação, cita a famosa frase de Keynes: “Esses homens fanáticos com autoridade, ouvindo vozes no ar, destilam a sua loucura a partir de algum escritor acadêmico”.

“Eu não quero ser o acadêmico cujas idéias sejam tomadas por um homem fanático com autoridade. Sou um professor, um teórico que, como ganhou o Prêmio Nobel, alguns políticos prestam atenção, mas não necessariamente escutam”, afirmou.

Maskin diz que “desenvolver o Terceiro Mundo e aliviar a pobreza é algo que deve ser importante para todo o mundo. Primeiro sob uma perspectiva moral, mas também porque se não acredita em oferecer riqueza aos pobres, também deve saber que proporciona lucro e vantagens ao Primeiro Mundo, já que amplia o número de países com os quais realizar comércio”.

“Nós somos cidadãos, e junto com os Governos podemos fazer da economia o que quisermos”, continua Maskin (Nova York, 1950), que dá aulas de Ciências Sociais na Universidade de Princeton (Nova Jersey).

“Se estamos falhando nas metas sociais, é porque não sabemos fazê-lo, e isto é, exatamente, o que busca a teoria do desenho de mecanismos, programar a conquista destas metas”, explicou. Myerson, “de maneira intuitiva”, acredita saber onde reside a raiz do problema.

“Não é meu campo de estudo, mas acho que temos que entender primeiro como as sociedades mais pobres resolvem tradicionalmente seus problemas para saber de onde tem que partir o desenvolvimento”.

Assim como a teoria de jogos – que deu o Nobel de Economia de 1994 a John C. Harsanyi, John F. Nash Jr. e Reinhard Selten – julgou obsoleta a “mão invisível” de Adam Smith, Myerson não descarta que seus estudos possam ficar invalidados pela evolução dos atores econômicos.

“Acho que o princípio de análise que desenvolvemos pode permanecer durante um tempo, mas me atrai a idéia de que aspectos que agora não considero muito interessantes o sejam daqui a dez anos”, disse.

“Como pesquisador, a grande força é a intuição a respeito de o que é uma boa idéia sobre a qual se aprofundar, mas mesmo que a escolha não seja a correta, deve-se continuar, já que algum dia ela talvez o possa ser”.


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