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Economia

Equipe econômica se surpreende com fala de ministro sobre Bolsa Família e nega que reajuste esteja no radar

Um aumento no valor pago pelo programa social precisaria ser incluído no orçamento federal, o que implicaria em corte de gastos em outra rubrica ou maior arrecadação

Redação Jornal de Brasília

07/02/2025 18h56

Foto: Roberta Aline/MDS

LUCAS MARCHESINI E RICARDO DELLA COLLETTA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

A equipe econômica se surpreendeu com a fala do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (PT), sobre um possível aumento no valor do Bolsa Família.

A declaração foi dada pelo ministro para a Deutsche Welle em entrevista publicada nesta sexta-feira (7). A medida poderia ser tomada para enfrentar o aumento no preço dos alimentos, segundo ele.
Integrantes do governo disseram à reportagem que há perplexidade na equipe econômica com a possibilidade levantada por Dias, que não estaria em discussão. Ela gerou ruído em um momento de alívio no câmbio do dólar, que chegou a bater R$ 5,80 depois da publicação das declarações do ministro.

Um aumento no valor pago pelo programa social precisaria ser incluído no orçamento federal, o que implicaria em corte de gastos em outra rubrica ou maior arrecadação.

A moeda americana acumulou quedas desde a posse de Donald Trump nos Estados Unidos e chegou a ser negociada a R$ 5,73 nesta sexta-feira (7). O dólar fechou em alta de 0,47% e encerrou a semana cotado a R$ 5,79.

A pressão sobre o preços dos alimentos está associada a fatores como problemas climáticos, além do dólar alto em meio a incertezas fiscais, e preocupa o Palácio do Planalto.

Uma declaração do presidente Lula (PT) sobre o tema causou polêmica e foi criticada pela oposição.

“Se você vai num supermercado aí em Salvador e desconfia que tal produto está caro, você não compra. Se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que acha que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar [o preço], senão vai estragar”, disse Lula em entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia.

No início de janeiro, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, fez declaração na mesma linha, sugerindo que em meio a alta da inflação, os brasileiros “trocassem a laranja por outra fruta”.

Durante uma coletiva, o ministro explicou que os preços dentro do Brasil e fora estão elevados, em grande parte por causa de doenças nas produções. A sugestão dele foi, então, a de que os produtos mais caros também fossem substituídos por outros.

“O preço internacional está tão caro como aqui. O que se pode fazer? Mudar a fruta que a gente vai consumir. Em vez da laranja, [comer] outra fruta. Não adianta você baixar a alíquota, porque não tem produto lá fora para colocar aqui dentro. Então focaremos, evidentemente, no produto que estiver mais barato lá fora”, disse, na ocasião.

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