LEONARDO VIECELI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, afirmou nesta quarta-feira (6) que é muito importante que o sistema de pagamentos instantâneos Pix permaneça sob gestão pública. Segundo ele, a tecnologia desenvolvida pelo BC traz segurança, sendo estratégica e crítica para o Brasil.
“A gente ouve muita discussão sobre o que vai acontecer com o Pix. Como já foi dito, é muito importante que o Pix permaneça, e vai permanecer, como uma infraestrutura pública digital que foi desenvolvida pelo Banco Central”, afirmou Galípolo.
“Se a gente tivesse qualquer tipo de incumbente sendo gestor do Pix, vocês imaginam o conflito de interesse que a gente poderia ter a cada decisão de incluir ou retirar um participante do sistema”, acrescentou.
As declarações ocorreram durante palestra no Rio de Janeiro. O presidente do BC participou do evento de tecnologia blockchain Rio.
“O fato de o Pix permanecer como infraestrutura pública dentro do Banco Central configura uma rodovia onde todo mundo pode colocar o seu carro, desde que siga as regras”, disse Galípolo nesta quarta.
As afirmações vêm um dia após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), declarar que a privatização do Pix está fora de cogitação, ao comentar a ofensiva do governo Donald Trump contra o Brasil por meio de tarifaço e investigação comercial.
Um dos alvos da apuração aberta pelo USTR (escritório do representante de comércio dos EUA) é o Pix.
Na justificativa da investigação, o órgão americano cita o sistema de transferências instantâneas como uma possível prática desleal em relação a serviços de pagamentos eletrônicos.
O presidente do BC fez as declarações após afirmar que a sociedade vive um momento no qual as discussões muitas vezes são “capturadas” por “versões” que tentam se sobrepor aos fatos. Galípolo deixou o evento no Rio sem dar entrevista à imprensa.