João Paulo Mariano
Especial para o Jornal de Brasília
Arede de drogarias Rosário foi 100% vendida para o grupo Profarma, agora o sexto maior do País, em transação que ultrapassa os valores de R$ 173 milhões. Com 150 lojas em três unidades da Federação, a maioria em Brasília, e um centro de distribuição, a rede é uma das maiores da região Centro-Oeste. O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ainda vai avaliar a transação para que ela seja consumada. Se sair o aval do órgão, a Profarma entra no mercado brasiliense com muita competitividade.
Em 2013, a empresa já havia comprado as drogarias Farmalife, Drogasmil e Tamoio. O executivo principal da Profarma, Max Fisher, relata que com o know how obtido após a aquisição das outras empresas, a Profarma está mais preparada para realizar tanto a operação de venda quanto a de integração dos sistemas da Rosário para o da nova dona. Ele acrescenta que esses processos devem ser mais rápidos dos que ocorreram à época da aquisição da Drogasmil e Tamoio.
Para a Profarma, adquirir a Rosário fortalece o grupo e é “uma oportunidade de crescimento de custo em médio e longo prazo”, além da entrada no mercado da Capital. Essa iniciativa visaria assegurar uma importante participação em uma região fortemente dominada por grandes redes nacionais e, desta forma, viabilizar condições comerciais ainda melhores para os clientes do atacado. “Sobre o fechamento de lojas, acredito que serão poucas”, afirma Fisher que acredita chegar a 90% de permanência. A Rede Rosário foi fundada em Brasília em 1975, adquirida pela Brasil Pharma em 2010 e hoje se encontra também em três Estados – Goiás, Mato Grosso e Tocantins. São 2,2 mil trabalhadores nas 150 lojas e no centro de distribuição que atendem cerca de 700 mil clientes por mês.
“Faz todo sentido colocar a marca Rosário em evidência. É uma das mais antigas da região. Queremos levá-la de volta aos bons tempos que ela tinha”, observa Fisher. Nos últimos tempos, a rede havia passado por problemas no abastecimentos e registrava reclamação de falta de medicamentos. Max acredita que a distribuição não será um problema já que essa parte está atrelada a capacidade de atender – que seria grande. Ele entende que após a consumação do contrato, essa questão deve ser resolvida em 30 ou 40 dias. A tendência seria a melhora para os clientes tanto em distribuição quanto em atendimento.
A aquisição de 100% do capital total da Rede Rosário por R$ 173 milhões foi feita livre de dívidas, segundo as partes. O pagamento será feito em duas parcelas, o que, de acordo com a Profarma, possibilitará o cumprimento do trato sem nenhum risco para a empresa já que ela tem uma política de endividamento bem restritiva. A primeira, no valor de R$ 32 milhões à vista na data do fechamento do contrato. Já, a segunda parte será liquidada 36 meses após a consumação.
Ponto de vista
O economista Newton Marques diz que as avaliações do Cade são sempre necessárias e, em geral, demoradas uma vez que é imprescindível um estudo de mercado. “O Cade não pode ter uma decisão sumária que possa trazer prejuízos ao público”, analisa. Ele lembra que, com a compra da Rosário, a Profarma obtém o comando de parte do mercado do DF. Economicamente, toda concentração de mercado é prejudicial pois alguém passa a determinar o preço dos produtos. Se abaixarem demais, podem até quebrar os concorrentes. Para ele, é preciso atenção das autoridades.
Cade precisa examinar a nova operação
Neste ano, a Profarma criou a d1000 varejo farma, que integra todas as lojas do varejo da companhia e só operava em parte da região Sudoeste, vai ter a partir de agora mais de 260 lojas e será a sexta maior rede de drogarias do País.
Devido as proporções da transação, o Cade vai investigar a compra que tem como suas atribuições analisar e posteriormente decidir sobre as fusões, aquisições de controle, incorporações e outros atos de concentração econômica entre grandes empresas. O critério pricipal do órgão é o faturamento anual da empresa. A intenção é analisar o mercado onde o ramo é inserido para que não haja prejuízo ao setor.
A Lei 12.529/11 dispõe que o controle dos atos de concentração é prévio e deve ser realizado em até 240 dias, a contar do protocolo de petição ou de sua emenda. Esse prazo poderá ser prorrogado por, no máximo, até 90 dias, mediante decisão fundamentada do Tribunal do Cade. O CFO da Profarma , Max Fisher, acredita que, como a empresa não tinha nenhuma operação de venda na região, apenas de distribuição, o processo será rápido.
O Cade informou que até ontem não houve publicação do edital da operação no Diário Oficial da União (DOU). só após esta etapa a analise da instituição vai começar e a autorização pode ser entregue. Só depois da autorização, as transações financeiras devem ser feitas.
Apesar dos planos de crescimentos, a Profarma avisa que não há nenhuma previsão da compra de outros grupos do ramo nas demais regiões do País. O interessse é manter o bom trabalho na Capital, crescer em faturamento e distribuição para que depois novos passos sejam dados.