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Economia

Dólar à vista sobe nesta terça (18) após críticas de Lula a Campos Neto

A expectativa do mercado é que o Comitê do BC (Banco Central) mantenha a taxa de juros inalterada, em decisão unânime

Redação Jornal de Brasília

18/06/2024 10h37

Dólar

Foto: Reprodução/ Flickr

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O dólar abriu em leve alta nesta terça-feira (18), primeiro dia da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que deverá decidir sobre o patamar da taxa Selic, atualmente em 10,50% ao ano. A divulgação está prevista para esta quarta-feira.

Às 9h21, a moeda norte-americana tinha subido de 0,12%, cotada a R$ 5,428 na venda. A alta seguiu entrevista do presidente Lula (PT) nesta manhã em que ele afirmou que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem lado político e trabalha para prejudicar o país.

O chefe do Executivo criticou ainda a taxa de juros, que começa hoje a ser analisada pelo Copom, comitê do BC -a decisão sobre a taxa será tomada nesta quarta (19). Para ele, não há motivo para a taxa Selic continuar igual.

“O presidente do Banco Central, que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar o país”, afirmou.

A expectativa do mercado é que o Comitê do BC (Banco Central) mantenha a taxa de juros inalterada, em decisão unânime, em razão das incertezas domésticas e externas que seguem no pano de fundo.

Na visão de analistas ouvidos pela Folha, um novo racha entre os membros do colegiado, como ocorreu em maio, provocaria mais ruído no mercado e colocaria a credibilidade do BC na mira. Por isso, a previsão é de uma votação sem divergências e um comunicado mais coeso.

A manutenção da taxa Selic em 10,50% foi também prevista pelo boletim Focus: agora, economistas consultados pelo BC esperam que não haja mais nenhum corte nos juros até o final do ano. A projeção é 0,25 ponto percentual maior do que projetada no último ajuste de expectativas, após duas semanas sem alterações.

As análises levam em conta a deterioração das expectativas de inflação, a depreciação do real frente ao dólar, a percepção de maior risco fiscal e a incerteza externa, além da atividade econômica resiliente.

Nas últimas semanas, a pressão para o governo cortar gastos cresceu, conforme investidores perdiam confiança no compromisso do governo com o equilíbrio nas contas públicas.

Os ruídos quanto à área fiscal levaram o dólar a fechar em alta de 0,73% na segunda-feira, a R$ 5,421 -o maior valor desde 4 de janeiro de 2023, início do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando fechou a R$ 5,451.

Já a Bolsa fechou em queda de 0,44%, aos 119.137 pontos, em um pregão também marcado por dados mais fracos que o esperado da economia da China.

“A Bolsa segue influenciada por questões fiscais no Brasil que não se resolvendo. O governo tendo um posicionamento desarticulado e embates com o Congresso também fazem com que os investidores fiquem um pouco mais receosos e tendo um menor apetite ao risco”, avalia Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital.

Ela ainda pondera que o ambiente de aversão a riscos tem afastado estrangeiros da Bolsa, “o que traz mais volatilidade aos papéis”. Do início de junho até o último dia 12, os investidores de fora do país retiraram R$ 7,2 bilhões do mercado acionário.

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