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Economia

Desemprego fica em 5,4% até outubro, menor taxa desde 2012, com ajuda do setor de construção

IBGE aponta queda no número de desocupados, expansão do setor de construção e novos recordes de ocupação e rendimento

Redação Jornal de Brasília

28/11/2025 13h14

Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

PAULO RICARDO MARTINS
FOLHAPRESS

A taxa de desemprego do Brasil foi de 5,4% no trimestre encerrado em outubro, o menor patamar desde 2012, com impulso do setor de construção e crescimento da renda, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A população desocupada caiu para o menor contingente desde o início da pesquisa. Nos três meses até setembro, o Brasil registrou 5,91 milhões de pessoas nessa condição. O resultado representa uma queda de 3,4% na comparação com o trimestre anterior (menos 207 mil pessoas) e de 11,8% em um ano (menos 788 mil pessoas).

Anteriormente, nos três meses até setembro, a taxa estava em 5,6%, resultado que repetia o índice verificado nos trimestres até julho e agosto de 2025.

A população desempregada é formada por pessoas de 14 anos ou mais que estão sem trabalho e que seguem em busca de oportunidades.

No período, o total de trabalhadores do país foi de 102,5 milhões, patamar recorde, segundo o instituto. O número ficou estável em relação ao trimestre imediatamente anterior, encerrado em setembro, quando o instituto registrou 102,43 milhões de pessoas ocupadas.

Já o nível da ocupação ficou em 58,8%. Esse indicador mede o percentual de pessoas que estão trabalhando (ocupadas) em relação ao total de 14 anos ou mais.

O número de empregados com carteira assinada também apresentou um novo recorde, alcançando o patamar de 39,182 milhões.

CONSTRUÇÃO

Segundo Adriana Araújo Beringuy, analista do IBGE, um dos setores de destaque no trimestre foi o de construção. O crescimento nessa atividade foi de 2,6%, com adição de 192 mil pessoas.

“A construção, a gente sabe que, à medida que o fim do ano se aproxima e o quarto trimestre vai chegando, tende a ter um crescimento. Nessa atividade, a gente já vê esse comportamento no trimestre encerrado em outubro”, diz Beringuy.

A massa massa de rendimento médio real bateu recorde, alcançando o patamar de R$ 357,3 bilhões, resultado estável em relação ao trimestre anterior. Na comparação interanual, a alta foi de 5% (mais R$ 16,9 bilhões).

A renda média do trabalho alcançou novo recorde de R$ 3.528 por mês até outubro, crescimento de 3,9% no ano.

Na comparação com o trimestre encerrando em outubro de 2024, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores cresceu em seis categorias: agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (6,2%, ou mais R$ 129), construção (5,4%, ou mais R$ 143), alojamento e alimentação (5,7%, ou mais R$ 126), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (5,2%, ou mais R$ 251), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,5%, ou mais R$ 164) e serviços domésticos (5,0%, ou mais R$ 64).

De acordo com Beringuy, apesar do alto patamar de juros, o país tem conseguido manter um patamar de rendimento elevado, o que estimula o consumo.

“A manutenção do rendimento nesses patamares mais elevados, a despeito das altas taxas de juros para pessoas físicas ou para investimentos, faz com que haja estímulo do consumo e, portanto, a manutenção de atividades, principalmente aquelas que estão associadas a bens não duráveis e bens semiduráveis, fazendo que o mercado de trabalho se mantenha com a absorção de trabalhadores”, afirma.

No trimestre até outubro, a taxa de informalidade foi de 37,8% da população ocupada, o que equivale a 38,7 milhões de trabalhadores informais. O número repete o resultado dos três meses imediatamente anteriores, fechados em setembro. O patamar, porém, fica abaixo dos 38,9% (ou 40,3 milhões de trabalhadores informais) do trimestre encerrado em outubro de 2024.

Os dados do IBGE integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O levantamento investiga tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal.

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