Menu
Economia

Campos Neto sobre decisão do Fed: nas últimas seis, sete semanas, cenário externo melhorou

Conforme Campos Neto, hoje está menor o risco, que era o mais preocupante, de no-landing nos Estados Unidos – ou seja, de a economia norte-americana não desacelerar, fechando espaço para corte de juros pelo Fed

Redação Jornal de Brasília

20/08/2024 11h53

Foto: divulgação/ Banco Central

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, apontou nesta terça-feira, 20, uma melhora no cenário externo, dada a expectativa de início de cortes de juros nos Estados Unidos. Durante o Macro Day, fórum realizado pelo BTG Pactual, ele disse que houve uma diminuição, nas últimas seis ou sete semanas, do risco de o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não cortar ou levar mais tempo para começar a baixar os juros da maior economia do mundo, o que prejudicaria a liquidez global, com impacto nas economias emergentes como o Brasil.

Conforme Campos Neto, hoje está menor o risco, que era o mais preocupante, de no-landing nos Estados Unidos – ou seja, de a economia norte-americana não desacelerar, fechando espaço para corte de juros pelo Fed. Hoje o que prevalece, frisou, é o cenário de pouso suave nos Estados Unidos.

O presidente do BC lembrou que o ponto de inflexão foi a divulgação de indicadores mais fracos nos Estados Unidos, levando a uma expectativa que considerou “precipitada” de desaceleração um pouco mais forte no país. “O cenário que prevalece é de desaceleração organizada nos Estados Unidos”, comentou.

Embora reconheça que as propostas debatidas nas eleições americanas são inflacionárias, Campos Neto ponderou que o mercado começou a entender que existe menos espaço a políticas contracíclicas no mundo, já que os governos não tem espaço fiscal para responder a uma desaceleração da atividade.

A observação foi feita após Campos Neto ressaltar que a dívida global cresceu muito rápido, levando a um aumento no custo de carregamento, levando como consequência a um aumento no custo de financiamento que começa a ser sentido em alguns países emergentes.

Assim, a percepção de melhora fiscal no mundo ficou mais sincronizada, e a tendência é de desaceleração dos impulsos fiscais em vários lugares do mundo. “Nos últimos tempos, parece ter entendimento de que o fiscal entrou em sintonia no mundo”, disse o presidente do BC, acrescentando que o fiscal cliff (abismo fiscal) está acontecendo de forma “mais ou menos organizada”.

Ele observou ainda, ao falar do cenário externo, que o volume grande de carry trade com iene está sendo desarmado. Por outro lado, lembrou, a China está passando por desaceleração, saindo de consumo externo para exportação, sendo que seus produtos enfrentam alta de tarifas em mercados externos.

Estadão conteúdo

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado