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Economia

Bom humor externo permite alta do Ibovespa, mas dúvidas fiscais limitam

A busca por risco no exterior permite nesta terça-feira alguma recuperação do Ibovespa após a queda de 2,02%, aos 105 343,33 pontos, ontem

Redação Jornal de Brasília

13/12/2022 12h13

Foto: Divulgação

A busca por risco no exterior permite nesta terça-feira alguma recuperação do Ibovespa após a queda de 2,02%, aos 105 343,33 pontos, ontem. A melhora externa, no geral, reflete a desaceleração do índice de inflação ao consumidor americano de novembro, o que reforça a expectativa de redução do ritmo de alta de juro dos Estados Unidos amanhã, pelo Fed. Os índices futuros de ações dos Estados Unidos avançam acima de 2% e as bolsas europeias, mais de 1%, após o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) norte-americano. O petróleo também avança, sustentando alta das ações do setor na B3.

O indicador dos EUA de inflação subiu 0,1% em novembro, na comparação com outubro, ante estimativa de 0,2%.

“O CPI dá uma força ao Ibovespa, só que o problema está aqui”, afirma o economista Álvaro Bandeira. “Temos de ver quem serão os nomes a serem anunciados para a equipe de Fernando Haddad Fazenda, para o Planejamento. O exterior acalma um pouco. Enquanto essa história não ficar clara, não indicará tendência de alta do Ibovespa”, avalia Bandeira, também consultor de Finanças.

Como reforça Leonardo Neves, especialista em Renda Variável da Blue3, o CPI atenua um pouco o Ibovespa, após a forte retração da véspera. “Ajuda atenuar a queda de ontem, mas será difícil ver um rali de fim de ano na Bolsa alta forte. Por ora, não tem nada que ajude, nenhuma dado”, diz.

“Hoje é um dia importante CPI. Aqui é natural este movimento após o recuo de ontem, mas os ruídos sobre lei das estatais eventual revogação e Mercadante especulação de que Aloizio Mercadante possa ir para BNDES ou Petrobras continuam”, avalia Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management.

Para Bandeira, o Ibovespa “só tende a começar a melhorar quando voltar para os 110 mil pontos. Ontem perdeu um suporte importante dos 106 mil pontos.”

No Brasil, nesta terça, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve anunciar “dois ou três nomes” de pessoas que integrarão a sua equipe. Haddad ainda terá novo encontro com o atual titular da pasta da Economia, Paulo Guedes, e reunião com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Seguem no radar do mercado os ruídos sobre ida de Aloizio Mercadante para o BNDES ou para a Petrobras. Ontem, o assunto derrubou as ações de estatais na Bolsa, em meio ao temor de alteração da lei dessas empresas. Mesmo que membros do futuro governo tenham afirmando desconhecer qualquer mudança nesse sentido, permanece a desconfiança dos investidores.

Nesta terça, na ata, o Comitê de Política Monetária (Copom) ampliou nesta terça-feira o alerta fiscal feito no comunicado da semana passada, quando manteve a taxa Selic em 13,75% pela terceira vez seguida. O Copom enfatizou que os efeitos nocivos de uma política fiscal expansionista sobre a inflação podem superar os efeitos positivos desejados sobre a atividade econômica.

No documento, avalia em nota o economista-chefe do BV, Roberto Padovani, a “ideia é que de o BC deve manter a Selic no atual nível por um bom período até que o processo de desinflação e ancoragem sejam confirmados”.

Às 11h20, o Ibovespa subia 0,94%, aos 106.330,60 pontos, após elevação de 1,28%, na máxima aos 106.689,38 pontos, e abertura aos 195.345,14 pontos.

Estadão Conteúdo

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