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Economia

Bolsa fecha com forte alta após aprovação da PEC dos Precatórios no Senado

O projeto precisará ser novamente votado na Câmara porque foi modificado pelos senadores

FolhaPress

02/12/2021 19h08

Foto: Divulgação

CLAYTON CASTELANI
SÃO PAULO, SP

A Bolsa de Valores brasileira apresentou forte recuperação nesta quinta-feira (2) após a aprovação no Senado do texto-base da PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios. O projeto precisará ser novamente votado na Câmara porque foi modificado pelos senadores.

O Ibovespa, referência para o mercado acionário do país, subiu 3,66%, a 104.466 pontos. O dólar recuou 0,21%, a R$ 5,6590. Na véspera, dúvidas sobre a aprovação da emenda contribuíram para que o índice caísse à sua pior pontuação em um ano.

O mercado financeiro avalia a PEC como alternativa para que o Orçamento de 2022 comporte o Auxílio Brasil de R$ 400, tornando o cenário fiscal para o próximo ano menos imprevisível. Os papéis mais negociados do mercado brasileiro tiveram ganhos expressivos após a votação do texto, com destaque para Petrobras (8,63%), Vale (4,02%) e Bradesco (4,39%).

A Petrobras também foi impulsionada pela alta do petróleo, com o barril do Brent subindo 1,64%, a US$ 70,00 (R$ 394,37). Apesar de permitir um drible no teto de gastos e um calote em dívidas judiciais da União em 2022, a PEC reduz o temor de investidores quanto à possibilidade do presidente Jair Bolsonaro lançar mão de medidas extraordinárias e sem contrapartidas para garantir a distribuição do benefício à população no ano em que tentará a sua reeleição.

Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos, considera que há um movimento de correção do valor de ativos mais ligados à economia doméstica, que estavam excessivamente depreciados pelo risco de desequilíbrio nas contas públicas. “A PEC saiu do caminho e isso reduziu as incertezas”, comentou.

Com a proposta finalmente entrando na pauta para a votação nesta quinta, o ambiente otimista levou a Bolsa a operar em alta desde a abertura do pregão, com investidores colocando em segundo plano dados que renovaram os sinais de perda de fôlego da atividade econômica do país.

O PIB (Produto Interno Bruto) recuou 0,1% no terceiro trimestre de 2021, frente aos três meses imediatamente anteriores, divulgou o IBGE nesta quinta. Analistas consultados pela Bloomberg projetavam variação nula (0%). Esta é a segunda queda seguida do indicador.

Na visão de Rachel de Sá, chefe de economia da Rico, o resultado coloca o país em recessão técnica, mas ficou próximo do esperado e não traz mudanças significativas para o mercado. “Para o investidor, especialmente pessoa física, essa queda não deve ter grandes impactos na estratégia de investimentos”, disse a analista.
Para o IBGE e outros analistas, ainda não é possível falar em recessão, mas em estagnação.

A forte recuperação do mercado de ações dos Estados Unidos, após temores sobre a nova variante do vírus da Covid-19 terem provocado uma onda de vendas na véspera, colaborou com o otimismo do mercado doméstico. Os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram 1,82%, 1,42% e 0,83%, respectivamente.

Números sobre uma desaceleração nos pedidos de auxílio-desemprego animaram investidores sobre a recuperação econômica do país. Os pedidos iniciais do auxílio subiram em 28 mil, para 222 mil, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta. Economistas consultados pela Reuters previam 240 mil pedidos. As demissões no mês de novembro caíram ao menor número em 28 anos.

Na Europa, porém, preocupações sobre o avanço da variante ômicron derrubaram os mercados. As bolsas de Londres, Paris e Frankfurt caíram 0,55%, 1,25% e 1,35%, respectivamente.
Os mercados asiáticos fecharam mistos. A Bolsa de Tóquio caiu 0,65% após a decisão do governo de fechar o país para barrar a entrada da variante ômicron. Já os índices de Hong Kong e Xangai/Shenzhen subiram 0,55% e 0,25%.

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