Rio, 26 – O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, disse na quinta-feira, 25, que os bancos “estão convergentes” na busca pela recuperação da Braskem. “Temos trabalhado juntos neste processo; os bancos estão muito coesos e convergentes nas iniciativas para recuperar a Braskem”, disse, lembrando que a petroquímica vive um passivo ambiental.
“A Braskem tem muitos ativos importantes, mas vive dificuldades que são públicas, não só o passivo ambiental, que estão provisionado, num cenário bem melhor do que quando isso ocorreu. Mas ela precisa desalavancar. E ela precisa muito da Petrobras. O nafta é a Petrobras que oferece. A gestão eficiente do setor é a Petrobras”, disse ele. “Acredito que a presidente Magda tem compromisso com a petroquímica, que é muito importante para a resiliência da economia brasileira para gerar valor agregado no setor de óleo e gás.”
Mercadante comentou ainda que o BNDES vem girando sua carteira de participações, trocando papéis de empresas de setores tradicionais por ações de companhias relacionada à economia verde e transição energética. Porém, o banco não pretende se desfazer de sua fatia na Petrobras.
“Recentemente, vendemos R$ 4,6 bilhões de setores tradicionais para poder alavancar o investimento em novos desafios, principalmente inovação”, afirmou o presidente do BNDES, citando empresas de bioeconomia e o carro voador da Embraer. “A Petrobras é uma empresa estratégica do estado brasileiro. Esse é um setor que nós continuaremos.”
Mercadante também afirmou que o BNDES vai trabalhar fortemente para criar um ambiente propício à retomada dos IPOs. “Acho que o cenário macroeconômico, com uma queda sustentável da taxa Selic, responsável, acho que vai permitir esse salto de qualidade.”
Além de participações em renda variável, Mercadante também fez comentários sobre outros instrumentos. “Temos interesse em manter debêntures incentivadas para infraestrutura”, disse, em referência ao incentivo fiscal dos títulos.
O executivo também afirmou que o banco de fomento tem interesse em financiar a compra de aviões da Embraer pela Latam.
Estadão Conteúdo
