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Economia

Após a queda nas vendas de Natal, lojistas tentam reduzir os prejuízos

Arquivo Geral

01/01/2016 7h00

A palavra de ordem no comércio é criatividade. Após a forte queda nas vendas do Natal, o jeito é brigar para reconquistar os clientes. E, nesta hora, vale tudo. Por isso, as promoções e brindes estão tomando conta das lojas. Nas ruas e shoppings do Distrito Federal, os descontos variam de 20% a 50%. A ideia é zerar os estoques acumulados dos últimos meses.  

“Aqui, na verdade, lançamos essa promoção até durante o período de Natal e, claro, foi uma campanha que nos ajudou muito nas vendas. O cliente que talvez não gastaria R$ 400, gastou para poder comprar um outro tênis com preço melhor”, explica o gerente de uma loja de artigos esportivos do Brasília Shopping, James Barbosa, de 31 anos. 

Com a campanha, que oferecia um novo produto da loja a cada R$ 400 em compras, o gerente conta que as vendas foram até melhores do que se esperava. “Trabalho aqui há quatro anos e acredito que, graças à promoção, tivemos vendas bem aquecidas, melhores do que no ano passado”, aponta.

Pior ano 

E basta anda mais um pouco dentro do shopping, na Asa Norte, para observar que o incremento de ofertas e promoções foi a grande aposta dos comerciantes. A maior parte dos 134 estabelecimentos do local está anunciando descontos de 50%.  

“A gente teve uma queda de 11% nas vendas do Natal. Foi muito fraco. Então, agora, começamos com as promoções para poder, quem sabe, ajustar as perdas do Natal antes do ano novo”, conta a supervisora de vendas de uma loja de cama, mesa e banho Cirlei Cristovão. 

Segundo a vendedora, em 11 anos da marca em Brasília, este foi o pior ano de vendas no Natal. “A gente acredita que tenha sido reflexo da crise. O consumidor está mais econômico, gastando menos. Eu mesma não comprei e nem recebi presentes de ninguém. Agora, o jeito é mesmo tentar correr atrás do prejuízo”, ressalta.

 O mesmo aconteceu em um estabelecimento de calçados feminimos do shopping. Segundo a gerente Andrea Sirqueira, de 38 anos, no Natal, o lucro ficou bem aquém do esperado. Por isso, ontem a loja lançou uma promoção com pelo menos 20% de desconto na compra dos sapatos. 

 “A ideia, na verdade, é tentar manter a média de vendas. No Natal, não vendemos mais nem menos. Agora, queremos atrair os clientes mesmo. Então, iniciamos a promoção. Só poderemos dizer se deu certo ou não depois de terminada a época dos descontos. A expectativa, claro, é que dê”, salienta a gerente. 

Há quem não se queixe

Se não há dinheiro para comprar, logo também não há orçamento para fazer festas, certo? Não. Errado. Segundo lojistas do ramo de decoração e eventos, os brasileiros economizam em tudo, mas não abrem mão das comemorações de fim de ano. “Para nós, do ramo de festas, continua bom. Aqui, os clientes gastam, em média, R$ 200 em compras. Não foi igual ao Natal passado, mas foi bom”, avalia a gerente de um armarinho de produtos festivos no Taguacenter, Aline Araújo. 

 A mesma opinião, infelizmente, não é compartilhada pelo proprietário de um armarinho de utilidades do mesmo local. Segundo Cristiano Pereira, de 37 anos, para empatar com as vendas do ano passado, foi necessário baixar e muito os preços da loja. “Fizemos promoções e continuamos com elas. A ideia é tentar, pelo menos, ficar pau a pau com as vendas de 2014. Senão, ficamos, sim, no prejuízo”, confessa.

 Até o movimento nas ruas do Taguacenter estava diferente nesta semana. Não havia correria e nem briga por um espaço dentro das lojas. “É reflexo da crise, né? As pessoas protegem o bolso nessas horas. E com razão, claro. Por isso, acho que promoções, ofertas e todo tipo de atrativo são fundamentais agora. Ninguém quer gastar muito, mas o brasileiro gosta de comprar e presentear. Então, fazendo isso, conseguimos atrair algumas pessoas”, afirma Caio de Jesus, de 30 anos, vendedor de roupas.    

Troca de presentes alivia

Segundo estimativa do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista), o comércio da região sofreu queda de 3% neste Natal. Por isso mesmo, na avaliação do presidente da entidade, Edson de Castro, “os lojistas têm em mente a necessidade de renovar os estoques em janeiro e todo o esforço é válido para atrair clientes que compraram pouco para o Natal”.

 Agora, destaca o Sindivarejista, começa a temporada de trocas de mercadorias compradas antes do Natal. Momento que pode gerar aumento de 1,5% nas vendas, porque quem vai trocar uma calça, por exemplo, pode acabar comprando um par de meias ou uma camisa. “Depende do desempenho do vendedor e do orçamento do consumidor”, aponta Edson de Castro.

A mesma avaliação é feita pela gerente de marketing do Brasília Shopping, Maíra Garcia. “Criatividade e inovação são as palavras de ordem do momento. O  que a gente faz pra driblar essa crise?  Acabamos inovando. Então, a gente trouxe dois eventos inéditos na cidade”, conta a marketeira. 

Além de lançar novos eventos, completa Maíra, agora no Natal, o Brasília Shopping fez uma promoção de incentivo para o lojista. “Eles tinham que ter um engajamento maior na promoção de Natal. Com isso, tivemos ótimos resultados. Na verdade, tivemos até um incremento nas vendas”, salienta. 

Quem foi às compras após o Natal garante que as promoções estão valendo a pena. Este é o caso da dentista Mariana Santarém, de 35 anos. “Em comparação com o ano passado, comprei pouco neste Natal. Mas, agora, estou aproveitando as promoções para fazer compras de viagem e réveillon. Vale bastante a pena. Gastei R$ 600 hoje, o que é bem inferior ao normal, se comprasse sem desconto”, afirma.  

 

 

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