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Economia

Alta do dólar ganha força e se aproxima de 1%

Os analistas do Citi afirmaram acreditar que o forte crescimento da carteira de cartões de crédito deve continuar levando maior inadimplência

FolhaPress

16/08/2022 16h03

Foto: Reprodução/Web

Em alta desde o início da sessão, o dólar passou a avançar com mais força frente ao real na manhã desta terça-feira (16), marcada pela maior aversão ao risco nas Bolsas globais.

Por volta das 13h55, a moeda americana oscilava em alta de 1,11%, cotada a R$ 5,1490, com o risco de uma recessão econômica global no radar dos investidores.

Nas Bolsas americanas, os principais índices acionários operam sem uma clara tendência definida. O Nasdaq, com maior concentração de empresas de tecnologia, recuava 0,22%, em um dia de alta nos contratos de juros americanos alimentando os temores do mercado de que o processo de aperto monetário em curso pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) leve a economia global a uma forte desaceleração nos próximos meses.

Já os índices S&P 500 e Dow Jones operavam em alta de 0,27% e 0,71%, respectivamente, impulsionados por empresas do varejo, como o Walmart, que via as ações subirem cerca de 5,3%.

O Walmart informou nesta terça que elevou sua projeção de lucro anual, revertendo parcialmente um corte robusto feito há menos de um mês, uma vez que os descontos para liberação de estoques e preços mais baixos de combustível ajudaram à varejista a vender mais do que o mercado esperava.

O Walmart espera agora que seu lucro por ação ajustado no ano fiscal atual caia de 9% a 11%.

No mês passado, a maior varejista dos Estados Unidos assustou os mercados em todo o mundo quando estimou uma queda de 11% a 13% -a projeção anterior era de recuo de 1%- e alertou que os consumidores estavam reduzindo as compras discricionárias em um ritmo muito maior do que o temido.

Na Ásia, as principais Bolsas fecharam em queda, com recuo de 1,05% do Hang Seng, de Hong Kong, e de 0,19% do CSI 300, da China.

A rigorosa política de Pequim para combater a Covid é apontada como a principal causa para a perda de fôlego da atividade industrial em julho, além de uma persistente crise no setor imobiliário do país.

BOLSA LOCAL OSCILA PERTO DA ESTABILIDADE, COM PETROBRAS E BANCOS EM ALTA

Na Bolsa brasileira, o índice Ibovespa oscilava próximo da estabilidade, em leve queda de 0,09%, aos 112.928 pontos. Entre os papéis que impedem uma queda mais intensa do índice, estão as ações da Petrobras. Os papéis ordinários da estatal avançavam 0,98%, e os preferenciais, 0,35%, após a empresa ter anunciado na véspera uma nova redução no preço da gasolina.

Em nota divulgada logo após o anúncio da Petrobras, a Ativa Research avaliou que o movimento de redução dos preços é condizente com o de queda das cotações de petróleo e do câmbio verificados ao longo das últimas semanas.

“Ainda que, segundo nossos cômputos, não víamos espaço para uma redução deste tamanho [no preço da gasolina], acreditamos que o mercado não contestará a decisão da petrolífera”, afirmou.

Para o banco Goldman Sachs, a Petrobras passará a vender gasolina abaixo da paridade internacional após o corte, mas ponderam que as margens da empresa com o combustível permanecem superiores à média de 2021.

“Isso nos leva a acreditar que as margens de refino consolidadas da Petrobras se mantêm em um nível saudável”, afirmaram os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins.

Os grandes bancos, com peso relevante no mercado local, e que reportaram um aumento de 20,5% no lucro no segundo trimestre, também contribuíam com os ganhos para o Ibovespa. As ações do Bradesco avançavam 1,34%, enquanto as do Banco do Brasil subiam 0,95%.

Já entre as maiores quedas do dia, as ações da Yduqs recuavam 12,3%, após a empresa reportar na véspera prejuízo de R$ 63,3 milhões no segundo trimestre, revertendo o resultado positivo de R$ 116,5 milhões obtido no mesmo período de 2021.

NUBANK E INTER DISPARAM NAS BOLSAS AMERICANAS

Com ações negociadas no mercado americano, os papéis de Nubank e Inter disparavam 16% e 8%, respectivamente, em Nova York, após os dois bancos digitais reportarem resultado trimestral, mesmo com analistas chamando a atenção para a deterioração na qualidade do crédito.

As ações do Nubank tinham alta de 22%, enquanto as do Inter subiam 9,57%.

O Nubank reportou um salto de 230% na receita total, para US$ 1,2 bilhão no segundo trimestre, quando registrou lucro líquido ajustado de 17 milhões de dólares. O banco também nomeou Youssef Lahrech como presidente, mas o fundador David Vélez segue como presidente-executivo (CEO).

Analistas do Citi observaram que, em termos das principais métricas, foi um “trimestre sólido” para o Nubank, com destaque para o desempenho da receita. Eles, contudo, avaliam que o investidor pode continuar tendo dúvidas sobre originações de empréstimos pessoais e inadimplências, entre outros.

O Itaú BBA também destacou o comportamento da receita, mas observou sinais relevantes de deterioração da qualidade do crédito e desafios para o crescimento de empréstimo pessoal.

O Inter, por sua vez, teve lucro líquido de R$ 16 milhões no segundo trimestre, com a receita líquida de serviços avançando 91%, para R$ 316 milhões.

O UBS BB disse que o banco entregou um resultado com lucro modesto e tendências operacionais divergentes, com expansão decente da receita, mas deterioração da qualidade dos ativos.

Os analistas do Citi afirmaram acreditar que o forte crescimento da carteira de cartões de crédito deve continuar levando a uma maior inadimplência e, consequentemente, maior custo de risco, postergando uma potencial melhora na rentabilidade do banco.

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