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Brasil

Vendas on-line da Black Friday podem ultrapassar R$ 6 bilhões no Brasil

São esperados mais de 10 milhões de pedidos em lojas on-line para a próxima sexta-feira (26)

Vítor Mendonça

24/11/2021 19h57

Foto: Vítor Mendonça / Jornal de Brasília

Apesar das compras presenciais para a Black Friday comporem a maior parte das vendas no dia de promoções, o cenário de consumo pela Internet se amplia cada vez mais e já está consolidado no Brasil. A expectativa é que, em todo o país, a Black Friday movimente aproximadamente R$ 6,38 bilhões em 2021. É o que indica um levantamento feito pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), que estima mais de 10 milhões de pedidos amanhã.

O crescimento é 25% superior ao faturamento registrado em 2020, quando as vendas passaram de R$ 5,1 bilhões. A média de gasto estimada para sexta-feira (26) é de R$ 620. Em comparação ao ano passado, o valor médio caiu R$ 48 – em 2020, a média foi de R$ 668,70.

De acordo com o especialista e vice-presidente da Associação, Rodrigo Bandeira, o ano passado, com a pandemia, colaborou para a expressividade da Black Friday neste ano. A adaptação de muitas empresas ao on-line durante o período também foi fator importante para a popularidade da data aumentar, uma vez que muitas só puderam sobreviver no meio digital.

“Estamos no semestre mais movimentado do ano, com o Dia das Crianças, a Black Friday e o Natal, por exemplo, que são datas que motivam o consumidor a comprar pela Internet. Mesmo com o cenário econômico difícil no país, com recessão, as expectativas são muito favoráveis. É comum o consumidor aproveitar a Black Friday para as compras de Natal, então as pessoas estão confiantes em fazer bons negócios para economizar nos presentes”, destacou o vice-presidente.

Poucos dias após a sexta-feira, há a Cyber Monday (segunda-feira cibernética), que não é tão popular quanto a Black Friday, mas que existe no Brasil há alguns anos e também oferece promoções, mas apenas no on-line. “Mas o forte mesmo é a Black Friday. É o que ainda tem o maior faturamento”, ressaltou Bandeira.

Sobre a prática de algumas empresas de aumentar o preço dos produtos antes do mês de novembro, para o desconto parecer maior, o especialista afirma categoricamente que a atitude não é recomendada de nenhuma forma. Para ele, a própria Internet, que é o canal por onde se fazem as compras, é a melhor e a mais recomendada aliada para se prevenir das enganações.

“Se houver a desconfiança de alguma loja, da reputação ou da qualidade do produto, a Internet está aberta para fazer as pesquisas a esse respeito. Os consumidores sempre devem desconfiar dos preços faraônicos e dos muito baixos. É importante se precaver. É bom também fazer uma pesquisa em sites que têm os registros históricos de preços, com a evolução”, recomendou.

Espaço para crescer

Segundo Bandeira, o faturamento alto com as compras on-line ainda tem espaço para crescer no Brasil. Neste ano, os produtos mais buscados são celulares, eletrônicos, de moda e, desde o ano passado, produtos para casa, como cama, mesa e banho, decoração, entre outros. “As pessoas criaram certos hábitos durante a pandemia e uma parte delas ainda manteve o costume de ficar em casa”, explicou.

“A categoria de informática também ganhou um papel relevante, porque muitos produtos se tornaram obrigatórios para todos aqueles que passaram a executar o trabalho home office. As pessoas precisam de equipamentos com qualidade semelhante ou igual ao que possuíam no trabalho para executar as mesmas tarefas em casa, ou ainda que seja em modelo híbrido”, acrescentou o vice-presidente da ABComm.

A categoria, porém, que ainda tem dificuldade de crescimento no país é a de móveis. Devido aos problemas em muitas estradas do Brasil, o transporte se torna mais moroso e de maior risco, além de ter grande custo nas rodagens. As entregas não podem ser feitas pelos Correios também, o que limita as possibilidades de envio.

No Distrito Federal, o cenário da data é similar e também favorável para o crescimento. Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do DF (CDL-DF), Brasília, a cada ano, tem mais lojistas que apoiam e participam da Black Friday. “O ingresso no mercado digital fez com que avançássemos cerca de quatro anos em termos de comércio eletrônico. Isso ajudou, ajuda e ajudará a aumentar as vendas na Black Friday. Essa é uma crescente devido à necessidade da abertura do comércio digital”, destacou o especialista.

“As lojas de rua sempre vão ser os pontos focais, porque no Brasil são maioria – primeiro as lojas de rua e depois os shoppings. Mas durante a pandemia, foi um “boom” de vendas on-line, desde o mais humilde até o mais sofisticado. Houve essa transposição da barreira inicial do receio de se comprar pela Internet e pelo celular, até mesmo na população mais idosa”, afirmou.

No entanto, o e-commerce passa a ser, com tamanho crescimento, mais um concorrente para o varejo físico. Segundo o presidente da CDL-DF, o empresário terá de aprender a conviver melhor com o digital e passar a inovar a cada dia para continuar vendendo nas proporções confortáveis para o negócio.

“Antigamente, a inovação [do negócio] era anual, depois passou para semestral, depois mensal e hoje é preciso inovar diariamente dentro da própria empresa para poder se diferenciar. Se não, não vende. O comércio eletrônico é um grande concorrente, mas desde que emita nota fiscal – não aquele que afirma declaração de conteúdo na entrega. Aí ele estaria sendo um concorrente desleal, deixando de recolher imposto para o estado”, ressaltou.

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