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Brasil

Veja dicas de como fazer doações e o que doar para o Rio Grande do Sul

No momento, há uma demanda especial por roupas de frio e sapatos fechados, devido ao início do frio previsto para os próximos dias

Redação Jornal de Brasília

09/05/2024 16h18

(Photo by Nelson ALMEIDA / AFP)

LIVIA INÁCIO
CURITIBA, PR (FOLHAPRESS)

Roupas rasgadas, meias sem par, toalhas com manchas. Em meio ao estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul, com milhares de pessoas desabrigadas após enchentes, entidades e autoridades se reúnem para receberem donativos.

Mas muitos dos itens doados chegam em mau estado de conservação, alertam especialistas.

ROUPAS E CALÇADOS

Órgãos oficiais do Governo do Rio Grande do Sul não aceitam mais doações de roupas e sapatos, mas há coletivos que seguem com a arrecadação. Calçados e vestimentas devem ser doados em bom estado.

“Muitas vezes, eles chegam com furos e sem condições de uso”, diz Vanessa Andrade, que integra o Coletivo Ação da Cidadania, sediado no Rio de Janeiro. Roupas íntimas (calcinhas, sutiãs, cuecas e meias) também são bem-vindas, mas o ideal é que estejam novas, orienta uma cartilha do Corpo de Bombeiros sobre doações em contextos de desastre.

É importante lembrar que as peças precisam ser higienizadas antes do envio. As chuvas constantes e a crise de abastecimento impossibilitam que elas sejam lavadas em meio ao fluxo de distribuição dos donativos.

No momento, há uma demanda especial por roupas de frio e sapatos fechados, devido ao início do frio previsto para os próximos dias, diz Maristela Piedade, do Coletivo Fortalecer, que reúne doações em Porto Alegre. É importante também evitar roupas que não fazem sentido, como de festa.

“Está chegando sapato de festa, roupa de festa, e isso só atrapalha, porque temos pouca gente e muita demanda. Não é a hora de fazer uma limpeza em casa, é hora de ajudar, e precisa ser uma ajuda eficiente”, diz a social media Bruna Mendes, 32, que administra pontos de arrecadação de donativos na Vila Guilherme, zona norte de São Paulo.

Em especial, peças de tamanhos maiores (como G, GG e GGG) também estão em falta, diz Caline Gambin, do Coletivo Alicerce, que tem distribuído doações em Porto Alegre, com atenção especial a populações quilombolas.

Em relação à organização, especialistas reforçam que é fundamental selecionar itens em bom estado e organizar os donativos para acelerar o processo de montagem e envio dos kits.

Unir peças do mesmo perfil (masculinas ou femininas), da mesma idade (para adultos, adolescentes, crianças ou bebês) ajuda, de preferência embaladas juntas e com um bilhetinho indicando o tamanho, para facilitar o processo de distribuição. Meias e sapatos precisam estar com seus pares. No caso de tênis e botas, prender os cadarços de um mesmo par ou passar fita adesiva pode fazer com que a peça não se perca no caminho.

PRODUTOS DE HIGIENE E LIMPEZA

Absorventes, fraldas infantis e geriátricas, kits de saúde bucal (com pasta e escova), lenços umedecidos, pomada para assadura, sabonetes, repelentes e outros itens de higiene também estão sendo arrecadados. Os produtos devem estar fechados e o doador precisa se atentar à data de vencimento.

Produtos de limpeza, como esponjas, vassouras, rodos e sabão em pó, também devem ser novos. A cartilha dos bombeiros orienta ainda que eles não sejam armazenados nem transportados com outros tipos de donativos, como alimentos e roupas.

ÁGUA E ALIMENTOS

Em meio à crise de abastecimento decorrente das enchentes, a água é um dos itens mais demandados pelas campanhas. Mas os galões ou garrafas devem estar lacrados.

Alimentos têm sido arrecadados tanto para a montagem de cestas básicas quanto para a produção de marmitas. Alimentos perecíveis devem ter o prazo de validade verificado, e é preciso organizá-los em pacotes bem vedados para evitar rasgos e furos que contaminem os donativos. A recomendação de categorizar e identificar as caixas também é válida para materiais de limpeza e de higiene pessoal.

Quem quiser contribuir com refeições prontas pode se voluntariar em algum coletivo que produz marmitas ou pedir orientação à Defesa Civil do município que receberá o donativo, segundo o site oficial do estado. A propósito, a página atualiza as demandas por doações de diferentes cidades.

ENXOVAL

Itens de enxoval têm sido muito buscados pelo Governo e coletivos envolvidos nas campanhas de arrecadação. O site do estado lista roupas de cama e banho, cobertores e colchões entre as doações prioritárias no momento.

“Eles são importantes porque tem muita gente em abrigos ou hospedada em casas de famílias que antes tinham quatro ou cinco pessoas e agora têm 15, 20”, diz Gambin, do Alicerce.

Se o doador puder entregar kits (de toalhas, mantas e cobertores, por exemplo), em vez de peças isoladas, facilita a distribuição.

Assim como roupas e sapatos, lençóis, cobertores e colchões, devem ser doados sem manchas ou furos. Somente itens novos ou em bom estado. “Muitas das pessoas vulneráveis já perderam tudo. O mínimo que podemos fazer é ajudar a garantir sua dignidade”, diz Andrade, do Coletivo Ação da Cidadania.

ONDE DOAR?

Depósito do Fundo Social de São Paulo
Av. Mal. Mário Guedes, 301, Jaguaré – São Paulo (SP)
Itens: água mineral, materiais de limpeza e de higiene pessoal

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