Uma operação da Polícia contra a organização que controla o tráfico de drogas na Rocinha permitiu a apreensão de três toneladas de maconha e os fechamentos de uma fábrica de CDs e DVDs piratas e de um depósito de cargas roubadas, segundo fontes oficiais.
Na operação, na qual participaram cerca de 200 agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro, foram detidas 11 das 30 pessoas contra as quais foram emitidas ordens de detenção por seus vínculos com o tráfico.
A chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, afirmou que esta operação se tratou de uma ação pontual e que não houve feridos nem prejuízos para a população da comunidade.
Além da descoberta do depósito em que os traficantes armazenavam as três toneladas de maconha, do depósito de eletrodomésticos roubados e da fábrica clandestina na qual foram apreendidos 15 mil CDs e DVDs, a Polícia desmontou duas centrais clandestinas de distribuição de televisão por assinatura e apreendeu 42 veículos usados pela organização criminosa.
Segundo Martha, a operação foi resultado de seis meses de investigações de agentes infiltrados na Rocinha, que se dedicaram a identificar os membros da organização criminosa.
Entre as pessoas procuradas na operação está Antonio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico da Rocinha, e Vanderlan Barros de Oliveira, um dos líderes comunitários da favela, acusado de lavagem de dinheiro.
Segundo a Polícia, vários dos chefes do tráfico que estavam no Complexo do Alemão se refugiaram na Rocinha depois que o conjunto de favelas foi ocupado no final do ano passado.
A chefe da Polícia Civil descartou que a operação na Rocinha tenha como objetivo instalar Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) na favela.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse que a Rocinha está na lista de prioridades desta política, mas que a Polícia por enquanto carece de agentes capacitados para abrir um novo posto permanente nesta favela.