Uma força tarefa formada por três juízes assume hoje a 4.ª Vara Criminal de São Gonçalo (RJ), onde atuava a juíza Patrícia Lourival Acioli, executada com 21 tiros na noite de quinta-feira em Niterói. Magistrados farão levantamento dos casos que estavam sob responsabilidade da juíza para avaliar possíveis ligações entre réus dos processos e o assassinato.
Mas o trio não deverá dar prosseguimento aos processos. Para isso, seria necessário pedir vistas antes dos julgamentos. Os trabalhos no Fórum de São Gonçalo deverão contar com forte esquema de segurança, mas funcionários acham que nenhuma audiência será feita nesta semana.
O grupo vai levantar detalhes de todos os casos para o cruzamento dos dados com pistas reunidas pela polícia em torno dos suspeitos. Estava prevista para esta semana sessão de júri de um policial militar acusado de envolvimento com uma milícia que atuava em São Gonçalo.
Ontem, a mãe de um homem morto em São Gonçalo revelou, em entrevista ao Fantástico, que entregou à juíza informações coletadas enquanto investigava o assassinato do filho. Entre os criminosos, estaria um homem que atuava como informante de policiais e que cometia assassinatos a pedido deles. Protegida por áudio distorcido, a testemunha disse que em 11 de agosto, véspera da morte de Patrícia, foi intimada a participar do julgamento de três policiais que estariam ligados ao grupo de extermínio.
As investigações convergem para a hipótese de que a juíza tenha sido morta a mando de réus ou condenados por ela. A possibilidade de crime passional – o namorado dela, o PM Marcelo Poubel, a teria agredido fisicamente ao menos duas vezes -, não está descartada oficialmente, mas é cada vez mais improvável. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.